Região do arenito quer novo zoneamento agrícola

A Ocepar, a Faep e a Secretaria da Agricultura do Paraná estão encaminhando ofício ao Ministério da Agricultura(Mapa) solicitando a realização de novos estudos para compor um zoneamento agrícola para 108 municípios da região do arenito, permitindo a recomendação de variedades de soja de ciclo precoce e médio. A correspondência é resultado de reuniões realizadas nos dias 13 e 23 deste mês entre representantes das cooperativas, Ocepar, Faep, Iapar e Embrapa, onde foi discutida a problemática que envolve o atual zoneamento agrícola. “Os plantios com variedades de ciclos tardios levam a um custo maior, pois exige adicionalmente de mais uma aplicação de fungicida para o controle da ferrugem asiática e DFC - Doenças de Final de Ciclo e duas de inseticidas para o controle de percevejo, o que resulta em uma elevação aproximada de custo entre R$ 100,00 a R$ 130,00 por hectare”, justifica o documento enviado ao Mapa.

Potencial produtivo - A região do arenito tem 3,2 milhões de hectares, possibilitando o cultivo de 2,0 milhões de hectares com lavouras anuais, perenes e pastagens. O programa “Arenito Nova Fronteira” facilitou a modernização na implantação de lavouras e pastagens através da integração lavoura x pecuária no mesmo espaço produtivo anual. O programa, que prevê modernas práticas de conservação do solo, revitalizou a economia regional. Esse processo envolve a melhoria do padrão tecnológico dos agropecuaristas da região com a utilização do plantio direto, adubação verde e rotação de culturas. As cooperativas e a extensão rural oficial e a pesquisa pública se aliaram para inserir a região no mapa da produção do Paraná, com resultados animadores.

Adequação – A solicitação de adequação do zoneamento tem por objetivo obter financiamentos de crédito rural e seguro agrícola, conforme determina a legislação, dando maior segurança para o setor produtivo. A decisão dos produtores plantarem também variedades de ciclo precoce e médio foi tomada com base nas experiências dos produtores, que têm alcançado boas produtividades. “A pouca pesquisa na região e o atual zoneamento agrícola para a cultura da soja tem dificultado o respaldo oficial ao cultivo da soja para financiamento com recursos do crédito rural e enquadramento no Proagro”, afirma o documento enviado ao Ministério da Agricultura.

Utilizar dados da pesquisa – A Seab, a Faep e a Ocepar solicitam que a Embrapa direcione procedimentos de pesquisa à região e que, para solucionar temporariamente o problema existente, sejam utilizadas as informações disponibilizadas pela assistência técnica local e as pesquisas feitas pelo Iapar desde 1997, visando uma flexibilização que permita o uso de variedades de ciclo precoce e médio, bem como a recomendação de plantio de 10 de outubro a 10 de dezembro, o que já vem acontecendo na prática com bons resultados, como nas demais regiões. “Que se exija um sistema de cultivo adequado à retenção de água e minimização da temperatura superficial do solo: sistematização, conservação e correção do solo, tornando obrigatório o sistema de plantio direto e que no projeto técnico de custeio/investimento essas condições sejam atestadas pelo técnico responsável”, sugere o documento.