Recorde na exportação de carne não eleva renda do produtor

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou números, na semana passada, registrando que, mais uma vez, o Brasil atingiu novo recorde de exportações de carne bovina, com remessas que somaram US$ 295,8 milhões em junho. É um valor 33% superior aos US$ 222,3 milhões registrados em junho do ano passado. As remessas do mês passado atingiram 211,3 mil toneladas (pelo conceito de equivalente-carcaça), 32,6% a mais que as 159,3 mil toneladas de igual período do ano passado.

Perda de renda - Mas, adverte a CNA, “esses números positivos representam situação inversa à do campo, onde os criadores acumulam perda de renda”. Com base em recente pesquisa (Indicadores Pecuários), feita com apoio do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), a CNA mostra que entre janeiro e maio os preços pagos ao pecuarista pelo boi gordo caíram 11,3%, enquanto que os Custos Operacionais Totais (COT) subiram 4,29%. “A tendência de redução dos preços pagos aos criadores e aumento dos custos de produção se mantém desde o segundo semestre de 2003”, ressalta o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. Há preocupação quanto à capacidade de expansão do rebanho, pois o criador tem mantido elevado o abate de matrizes. “Essa tem sido a alternativa para gerar receita, mas reduzirá a produção de bezerros, em médio prazo”, alerta o representante da CNA.

Novos recordes – Os dados de custos de produção e de preços pagos ao pecuarista referem-se a nove Estados (GO, MG, MT, MS, PA, PR, RS, RO e SP), que concentram 77,87% do rebanho nacional. A situação mais grave foi registrada em Minas Gerais, onde houve redução de 14,11% nos valores ofertados pelo boi gordo, considerando o período entre janeiro e maio. Para Nogueira, a sobrevalorização do real frente ao dólar é o fator que recentemente fortaleceu a tendência de desvalorização do preço pago pelo boi gordo no mercado interno. Ele destaca que o preço médio de exportação da carne in natura foi de US$ 2.245 por tonelada em junho, frente a US$ 2.222 por tonelada, em junho do ano passado, ou seja, há estabilidade dos valores de negociação em moeda estrangeira. (Imprensa CNA)

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