RAMO CRÉDITO II: FGC de cooperativa vai cobrir até R$ 70 mil

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ramo credito II 31 10 2012

O Banco Central (BC) espera que o fundo garantidor de créditos de cooperativas (FGCoop) comece a funcionar entre março e abril do ano que vem, segundo o diretor de organização do sistema financeiro e controle de operações do crédito rural da instituição, Sidnei Correa Marques.

 Cobertura - A ideia é que a cobertura do FGCoop seja igual à do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Portanto, quem mantém depósitos em cooperativas teria direito, em caso de quebra da instituição, a até R$ 70 mil. A decisão, segundo o diretor, cabe ao próprio sistema cooperativo, uma vez que o FGCoop será um fundo privado. A Organização das Cooperativas Brasileiras também defende limite igual ao do FGC. Assim, estariam asseguradas condições de igualdade na competição pelos depósitos entre bancos e cooperativas de crédito. 

Contribuições - O percentual e a base de cálculo das contribuições ao FGCoop também será definido pelo próprio sistema, mas a tendência é que também siga o modelo do FGC. Os bancos recolhem 0,0125% ao mês sobre o valor das modalidades garantidas: depósitos à vista, a prazo e poupança. No caso das cooperativas singulares entrariam na base depósitos à vista e a prazo, já que elas não captam poupança. 

Captação de poupança - No sistema cooperativo, só captam poupança os dois bancos cooperativos existentes no país, no caso, poupança rural. Hoje eles contribuem com o FGC. Segundo o diretor do Banco Central, passarão a contribuir e a ter garantia do FGCoop, inclusive para depósitos em poupança. Incluindo os dois bancos cooperativos, o FGCoop teria, se constituído hoje, 1.236 associados. 

Assistência financeira e soluções de mercado - Além de assegurar o pagamento aos depositantes em casos de quebra de instituições, o novo fundo poderá prestar assistência financeira de liquidez e financiar soluções de mercado para cooperativas em dificuldade.

Fundo único - O sistema cooperativo tem mais de dez fundos garantidores de crédito, que, juntos, somam R$ 300 milhões, dinheiro que servirá para antecipar contribuições ao FGcoop, segundo Marques. O fundo único contará com a parte das cooperativas no Recheque, fundo para onde vão as multas sobre cheque sem fundo. O diretor do BC calcula que R$ 400 milhões seriam um volume suficiente para o funcionamento pleno do FGCoop.

Aprimoramento - O novo mecanismo vem para aprimorar o sistema num momento em que ele está sólido, assegurou o diretor. Como exemplo da solidez do segmento, Marques informou que, na média, as cooperativas de crédito têm um nível de capitalização muito superior ao dos bancos. No sistema cooperativo, o índice de Basileia, que mede a relação entre capital próprio e ativos ponderados pelo risco, chega a 27,2%, atualmente, ante 17% do sistema bancário. O mínimo regulamentar no Brasil é 11%. (Valor Econômico)

 

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