Paraná deve produzir 11,45 milhões de ton de soja na safra 03/04
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Levantamento que mostra a intenção de plantio para a safra 2003/2004 no Paraná mostra um novo crescimento na área cultivada com soja, com redução na área destina ao milho. O levantamento foi elaborado no final do mês de julho pelos técnicos de campo do Departamento de Economia Rural (Deral), lotados nos 20 Núcleos Regionais da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). As seguir os dados coletados pelos técnicos referentes às principais culturas.
Soja - A área a ser plantada com a cultura da soja no Paraná torna a apresentar crescimento. A estimativa inicial de plantio com a oleaginosa é de 3,79 milhões de hectares, ocupando 67% da área cultivada na safra de verão. O aumento na área de plantio é de 5,4 %, comparando-se com a safra anterior. Desde a safra 2001, a área de soja no Paraná cresceu 35%, ou, 1 milhão de hectares. A estimativa de aumento no cultivo por região para a próxima safra é a seguinte: Norte 2,4%; Oeste 3,0%; C. Oeste 3,6%; Noroeste 12%; Sudoeste 7,3 % e Centro Sul 12%. A produção está estimada em 11,45 milhões de toneladas que se, confirmada, será um novo recorde. O crescimento da área tem como principais causas os aspectos positivos da cultura, tanto culturais como mercadológicos. A soja é de mais fácil condução no campo e de menor risco climático, comparativamente ao milho, seu principal concorrente, ao mesmo tempo em que os produtores tendem a cultivar o milho no período de safrinha em detrimento da safra normal; comercialmente pesa a liquidez da soja e a rentabilidade positiva conseguida nas últimas safras.
Milho - Confirma-se a perspectiva de redução na área de plantio. Deverão ser plantados, no Paraná, 1.343.030 ha, uma redução de 8% na área, ou seja, a área da safrinha de milho praticamente iguala-se à área da safra normal no Paraná. A produção foi estimada em 7.203.098 de toneladas, uma redução de 12%. A maior redução na área ocorre na região Oeste 22,6%, com as regiões de Toledo e Cascavel com decréscimos de 30% e 20% respectivamente. A região Sudoeste está reduzindo a área em 9,7% com Francisco Beltrão apresentando redução de 13% e Pato Branco 5,6%. Na região Centro sul do estado, que responde por metade da produção da safra normal, o decréscimo de área está estimado em 8,7% . Ponta Grossa, maior região de produção de milho, plantará uma área 11% inferior, Guarapuava 3,8% e Laranjeiras do Sul com 25%. No Norte do estado as maiores reduções de área ocorrem em Jacarezinho 6% e Ivaiporã 4,8%. No Noroeste, a região de Umuarama reduz em 15% o plantio. Tudo indica que a próxima segunda safra de milho, no próximo ano, no Paraná, superará a área da safra normal, o que é preocupante, já que é uma safra e risco, o que pode comprometer o abastecimento futuro de milho no país.
Feijão das águas - O bom desempenho financeiro obtido com a comercialização dessa safra no início de 2003 não foi suficiente para estimular o plantio da safra 2003/2004. A maior produção estadual dos últimos 30 anos aliada a uma boa produção nacional, importações da Argentina e um mercado consumidor retraído, provocou o recuo dos preços a partir do segundo semestre de 2003. Os atuais níveis de preços desestimulam o plantio da nova safra, que deverá apresentar redução de 2,9% sobre a área plantada na safra anterior, situando-se em 397.328 hectares. A produtividade média que está num crescente e atingiu o recorde na safra passada (1.215 Kg/ha), está estimada entre 1.200 a 1.370 Kg/ha, confirmando a tendência de crescimento tecnológico da cultura no Estado. Confirmando-se a tendência inicial de plantio e em condições normais de clima, a produção deverá situar-se entre 476.154 e 543.698 toneladas, 2,5% superior à obtida em 2002/2003.
Algodão
- A primeira pesquisa de intenção de plantio da nova safra de
algodão no Paraná, indica um crescimento na área de 10,5%.
Serão cultivados 32.558 há, com previsão de produção
de 74.403 toneladas. O algodão é a cultura que está apresentando
maior percentual de aumento na área. Os produtores que apostaram na cultura,
na safra 02/03 acertaram na escolha. Preços remuneradores e a obtenção
de produto de boa qualidade foram fatores que resultaram numa boa rentabilidade.
O algodão é uma cultura importante na geração de
emprego, no Paraná, e para a contenção do êxodo rural.
Atualmente o estado produz apenas 30% da sua necessidade de consumo de algodão
em pluma. O cultivo de algodão é viável em todos os aspectos,
inclusive o econômico. O Paraná está produzindo um algodão
de excelente qualidade e o percentual de aumento deverá ser superior
ao estimado nesta avaliação.
Fumo - A excelente performance da fumicultura brasileira, nos 3 últimos anos, fez com que a cultura em nosso Estado aumentasse a sua participação na produção nacional. Na safra de 02/03 a Região Sul correspondeu por 95% da oferta de fumo em folha, sendo que o Rio Grande do Sul contribuiu com 47%, Santa Catarina com 35% e o Paraná com 13%. No Paraná a área plantada aumentou em média de 15% nas últimas 3 safras e passou de 33.000ha em 2001 para 48.000ha em 2003. Esse aumento deveu-se aos seguintes fatores, quais sejam: a) Redução dos estoques internacionais de fumo; b) Preços recebidos pelos produtores considerados satisfatórios, com especial ênfase os da última comercialização; c) A rentabilidade econômica bastante superior aos demais produtos, como milho e feijão, produzidos em pequenas propriedades; d) Pequena disponibilidade de terra para o cultivo de produtos que exigem uma escala maior; e) Sistema integrado, garantia de venda e pagamento à vista pelas fumageiras; f) Assistência técnica personalizada. Em função dos itens supra citados, o primeiro levantamento de campo indica que o Paraná aumente a sua área de plantio de fumo, para a próxima safra em torno de 16%, passando de 48.000ha para 56.000ha e uma produção de 112.000 toneladas de fumo em folha. Os maiores aumentos deverão ocorrer nos núcleos regionais de União da Vitória, Ponta Grossa e Irati.
Mandioca - Durante as safras de 2001 e 2002, o setor acumulou sérios prejuízos em todos os segmentos da comercialização. Esta crise que se iniciou em meados de 2001, permaneceu até o mês de outubro de 2002 e, neste período tanto os produtores de mandioca, quanto os industriais de farinha e de fécula, venderam seus produtos, muitas vezes, até abaixo dos custos de produção. Essa situação teve reflexo bastante negativo no plantio da safra 02/03, cuja redução da área plantada atingiu 29%, ou seja, passou de 158 mil ha para 113 mil ha e a produção de 3,4 milhões de toneladas para 2,4 milhões de toneladas de mandioca em raiz. A partir do segundo semestre de 2002, os empresários investiram fortemente na propaganda e em cursos, visando o escoamento de fécula através de mistura à farinha panificável. Como os preços da fécula naquela ocasião e equivaliam a um terço do valor da farinha de trigo e ainda dada a dificuldade nas importações de outros países, muitas panificadoras se utilizaram do processo da mistura. A indústria da panificação consumiu grandes volumes de fécula nos últimos meses do ano/02, o que provocou uma forte reação nos preços. Por outro lado, o Governo Federal já havia desovado seus estoques de farinha de mandioca e ao mesmo tempo os atacadistas nordestinos intensificaram as compras de farinha no Nordeste, os preços deste produto também subiram e continuam aquecidos até os dias atuais. Em função dos excelentes preços na atual comercialização, o levantamento de campo realizados pelo Deral indica um aumento de 17% na área a ser plantada com a Mandioca no Paraná. Caso esta previsão se confirme, a área plantada será de 133 mil ha e a produção em torno de 2,9 milhões de toneladas na safra de ¾, cujo plantio já se iniciou em meados do mês de julho.
Tomate - No Paraná, durante o inverno, o tomate é cultivado em uma área de 967 hectares que deverão produzir 48.502 toneladas do produto. Nesta época, a produção concentra-se na região norte do Estado. Até o final de julho, 64% da área havia sido colhida. Para a próxima safra de verão (2003/04), que está em início de plantio, o primeiro levantamento indica uma área de 2.016 hectares, praticamente a mesma do ano anterior. Nesta época, o cultivo concentra-se na região de Curitiba.
Batata - Na safra da seca, que está em final de colheita, o Paraná
cultiva uma área de 13.540 hectares. A produção deverá
totalizar 233.000 toneladas. A produtividade será de 17.200 Kg/ha, inferior
ao que se esperava inicialmente. Ocorreram geadas quando a formação
dos tubérculos ainda não estava completa. Na safra de verão
(2003/04), conhecida por safra das águas, a área plantada deverá
totalizar 17.257 ha, que corresponde a uma redução de 12% em relação
à safra anterior. Ocorre que, esta cultura caracteriza-se pelo elevado
custo de produção e alto risco. Lembramos que, ano passado, no
início de setembro, ocorreram geadas que atingiram algumas lavouras.
Além disso, existem alternativas de produção que no momento
são percebidas como melhor opção.