PALESTRA: Em Maringá, FHC defende choque em educação

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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, considerado um dos intelectuais públicos mais influentes do mundo, proferiu palestra a cerca de 2,5 mil pessoas na noite desta terça-feira (12/04), em Maringá, a convite da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM).  O evento marcou a comemoração dos 58 anos da entidade.

Desafios maiores - Defendendo um "choque na educação", FHC, que completa 80 anos em junho e foi chefe do governo entre 1995 e 2002, disse que o país precisa preparar-se para desafios cada vez maiores. "Temos que fazer isso agora", afirmou, referindo-se a melhoria dos níveis de educação. "Hoje, diferente do que acontecia no meu tempo, a evasão escolar acontece por desinteresse dos alunos. Alguma coisa precisa mudar", comentou o ex-presidente, que fala também em uma flexibilização no ensino superior. "Está tudo muito quadradinho, tem que ser só o que eles oferecem, o estudante não tem opções na grade", acrescentou. FHC fez uma comparação com a realidade agrícola do país para justificar a criação de medidas pró-educação: "O café é o que é por causa do IAC [Instituto Agronômico de Campinas) e a agricultura é o que é por causa da Embrapa". "O mundo é dinâmico e nesse dinamismo podemos ser pegos no contrapé", advertiu.

 

No curto prazo - Mas, para o ex-presidente, o atual governo precisa estar atento, principalmente, "a um vírus que fica no organismo": a inflação. "É um problema que a economia brasileira necessita resolver no curto prazo." Segundo ele, a inflação já atinge níveis preocupantes e o governo não vai conseguir combatê-la rapidamente, pois há uma forte pressão ocasionada pela própria economia em crescimento. "Mas em um ou dois anos temos que ajustar para não perder o controle", argumentou.

 

Agricultura - Em sua palestra, FHC fez poucas citações à agricultura: ele se recordou do grande endividamento do setor no início de seu primeiro mandato, e ressaltou que atualmente o campo não consegue atender o crescimento da demanda por alimentos. "Na China, talvez umas 500 milhões de pessoas tenham melhorado de vida e passaram a colher melhor", ressaltou.

 

Infraestrutura - Sem fazer nenhuma crítica ao último e ao atual governo, ele disse que os aeroportos do país estão acanhados, as estradas deficientes e a energia elétrica em seu limite. "O capital privado precisa participar, o Estado não tem como fazer tudo sozinho. Temos pela frente o grande desafio da Copa e precisamos melhorar a infraestrutura." (Flamma)

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