OPINIÃO: A balança comercial e a contribuição do agronegócio

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Dilceu Sperafico*

 

O agronegócio vem sustentando a economia nacional já há 10 anos. É o que confirma relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, divulgado no final de dezembro último. O levantamento mostra que em 2010, já pelo décimo ano consecutivo, o campo voltou a garantir superávit da balança comercial, beneficiando diretamente todos os demais setores econômicos e sociais do País.

 

O desempenho positivo da agropecuária vem desde 2001, quando as exportações voltaram a apresentar saldo favorável sobre as importações. A partir de então, as vendas externas do agronegócio vêm crescendo e compensando os déficits dos demais setores produtivos.

 

Mesmo apresentando redução de 9,82% no superávit em 2009, o agronegócio teve desempenho muito superior aos demais segmentos exportadores, com queda de 23,08% em seus negócios no mesmo período. Em 2010, o superávit da agropecuária voltou a crescer e a expectativa é que some 62 bilhões de dólares, batendo o recorde de 2008, quando chegou a 59,99 bilhões de dólares. Somente entre janeiro e novembro de 2010, o saldo positivo foi de 58,33 bilhões de dólares, 6,18% maior que o resultado de 54,93 bilhões em 2009. Os dados demonstram que o agronegócio sustenta a balança comercial, apresentando sempre a maior parcela do saldo positivo, o suficiente para até mesmo reverter índices negativos de outros setores.

 

Na última década, somente em 2005 e 2006 o superávit do agronegócio foi menor que o saldo geral do País, mas mesmo nessas oportunidades o campo acabou sendo responsável por 85,7% e 92,1%, respectivamente, do resultado final da balança comercial. Nos demais oito anos o resultado do campo sempre foi maior, o que demonstra que sem o desempenho do agronegócio o Brasil voltaria a enfrentar déficits, como aconteceu entre 1995 a 2000.

 

Graças aos investimentos, trabalho e competência do agricultor, já em 2001 o saldo do agronegócio foi de 19,06 bilhões de dólares ou sete vezes mais que o resultado nacional, de 2,69 bilhões. O agronegócio brasileiro, vale ressaltar, vem garantindo superávits na balança comercial apesar da elevação também recorde de importações de cereais, farinhas, pescados e produtos florestais.

 

Os gastos do País com essas aquisições somaram 12,05 bilhões de dólares até novembro último, com aumento de 35,6% em relação ao mesmo período de 2009. O Brasil, para quem não sabe, importa trigo da Argentina, Estados Unidos, Canadá e até da Turquia, enquanto o produtor nacional teve o preço mínimo reduzido e mesmo assim não encontra comprador para sua safra. As compras brasileiras no exterior em 2010 cresceram 43,9% na comparação com 2010, atingindo 166 bilhões de dólares, até o final de novembro.

 

Para nós, defensores do agronegócio, o novo recorde das exportações do campo merece ser comemorado com o reconhecimento das autoridades e da sociedade para a contribuição do produtor rural ao desenvolvimento do País.

 

O Ministério da Agricultura, é bom destacar, prevê resultado ainda melhor em 2011, com a ampliação do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) de 173 bilhões para 185 bilhões de reais. Isso demonstra que o agronegócio retomou o crescimento, apresentando expansão de 7% no Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária em 2010, previsto para 972 bilhões de reais, segundo estudo encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura à Fundação Getúlio Vargas.

 

*O autor é deputado federal pelo Paraná/ e-mail: Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

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