FÓRUM FINANCEIRO: Painel debate investimentos e finanças sustentáveis

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Sob o comando do coordenador nacional do ramo agro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e diretor-secretário da Ocepar, Luiz Roberto Baggio, foi realizado o painel com o tema “Investimentos e finanças sustentáveis”, dentro da programação do Fórum Financeiro. O evento ocorreu na tarde de sexta-feira (10/05), em Curitiba, com 126 participantes de instituições financeiras e cooperativas de diversos ramos.

Necessidade - “O Ricken [José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar] foi muito preciso sobre e necessidade de investimento do cooperativismo, em especial do Paraná. Ele fala em R$ 6,8 bilhões para o ano de 2024. Grande parte deste investimento concentrado em infraestrutura e agroindústria. Mas isso não para por aí porque o planejamento estratégico das cooperativas paranaenses vai direcionar investimentos para os próximos seis anos. Dessa forma, nós queremos ver como podemos, por meio dessas instituições financeiras, trazer para dentro da nossa realidade essa necessidade tão grande de recursos”, disse Baggio, ao abrir os trabalhos. “Além disso, nosso objetivo é debater como o mercado caminha e a percepção dele em relação ao tema ESG. Isso é importantíssimo”, acrescentou.

Programa ESG+Coop - Antes do debate, o superintendente do Sescoop/PR, Leonardo Boesche, fez uma apresentação sobre o Programa ESG+Coop. “A sustentabilidade nos interessa porque ela faz parte do cooperativismo. Assim, para nós, é essencial impulsionar essa pauta. E nós desenvolvemos o Programa ESG+Coop exatamente para nos adequarmos a todas as questões que envolvem esse tema”, afirmou Boesche. De acordo com ele, a iniciativa teve origem no Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200), o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense. Atualmente, conta com a adesão de 64 cooperativas, que representam 83% do faturamento do setor no Estado. “Ou seja, as maiores cooperativas do Paraná foram as que aderiram ao Programa de forma mais intensa”, frisou Boesche.

Premissas e resultados esperados - Ele lembrou que o ESG+Coop traz algumas premissas. “Nós não queremos inventar a roda. Queremos atender às exigências de mercado. Temos que estar atentos àquilo que está acontecendo lá fora. Por outro lado, a iniciativa deve ser aderente ao cooperativismo. Nós já temos uma pauta bastante interessante de sustentabilidade dentro do cooperativismo. Neste contexto, queremos preparar as cooperativas para obter uma certificação, preservando a individualidade delas e transferindo conhecimento. Os benefícios esperados são o fortalecimento da imagem da cooperativa, o aumento da confiança do consumidor, assegurando transparência, o engajamento de talentos, o aprimoramento dagestão de risco, a redução de custos e de desperdício e a obtenção da melhora no desempenho financeiro”, disse. Boesche destacou ainda que o Programa contempla um diagnóstico para levantar o nível de maturidade das cooperativas em ESG e um Programa de Formação. Também foi elaborado um manual para orientar as cooperativas. Ainda de acordo com ele, o GRI é o padrão que o Sistema Ocepar buscou para poder atender e trabalhar com todas as cooperativas.

Portfólio - Na sequência, os representantes de cinco instituições financeiras falaram sobre o portfólio de produtos e serviços disponíveis para financiar os projetos sustentáveis das cooperativas. Participaram Paulo Cesar Starke Junior, superintendente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no Estado do Paraná; Beatriz Domeniconi, especialista em ESG Agribusiness do Banco Itaú; João Luis Avancini Farinha, gerente executivo da Diretoria de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil; Caroline Salla Perestrelo, superintendente executiva do Santander Corporate; e Tiago Nery de Siqueira, analista de Negócios Sustentáveis, do Banco Bradesco. Ao final das apresentações, foi aberto espaço para o esclarecimento de dúvidas.

Cenário do cooperativismo paranaense - Já o gerente de Monitoramento e Consultoria do Sescoop/PR, João Gogola Neto, apresentou o cenário econômico e financeiro do cooperativismo paranaense. Ele destacou os grandes resultados obtidos pelo setor. “Nós temos uma relação muito transparente com os nossos parceiros financeiros. Mostramos quando estamos no melhor momento e também quando o quadro não é tão bom assim. Apresentamos os números sempre de forma a garantir o sigilo de cada das nossas 225 cooperativas. E, para isso, nós temos uma metodologia, onde nós consolidamos os dados com base nos balancetes contábeis, encaminhados pelas cooperativas no dia 20 de cada mês. Portanto, nós fazemos esse trabalho de forma periódica. E por que mostrar aos parceiros financeiros como está o cooperativismo? Principalmente para trazer segurança e para que tenham conhecimento de que estão investindo num segmento está crescendo, e de forma sustentável”, disse Gogola.

Resultados - “O ano de 2023, vocês sabem, foi um ano bem difícil, bem desafiador. Nós tivemos algumas dificuldades, mas que conseguimos vencer. Encerramos o nosso planejamento superando os R$ 200 bilhões de faturamento, que não era a principal meta. Nosso objetivo maior era manter as cooperativas sustentáveis. E as nossas 225 cooperativas dos sete ramos de atuação geraram essa movimentação econômica, emprego e renda, arrecadaram para os cofres públicos e, por consequência, contribuíram com a economia local, onde elas atuam”, continuou. Ainda de acordo cem ele, o valor obtido no faturamento no passado representa um crescimento de 7,6% em relação ao exercício anterior. O resultado líquido aumentou 3,9%, chegando a R$ 9,5 bilhões; o número de associados ficou em 3,5 milhões, um aumento de 12,4% em relação a 2022; os ativos aumentaram 12,2%, totalizando o valor de R$ 268,4 bilhões; e o quadro laboral do setor cresceu 2,7% no comparativo com o ano anterior, somando 139.038 funcionários. “No contexto geral, com esses principais parâmetros, o cooperativismo veio apresentando crescimento”, sublinhou.

 

Conteúdos Relacionados