FÓRUM FINANCEIRO: Evento é realizado com a participação de 126 representantes de instituições financeiras e de cooperativas
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O tradicional Fórum Financeiro, organizado pelo Sistema Ocepar com o objetivo de promover aproximação com as instituições financeiras, reuniu 126 participantes, na tarde de sexta-feira (10/05), na sede da entidade em Curitiba. Na abertura, o presidente José Roberto Ricken lembrou que o evento é promovido há 23 anos. “Em 2001, realizamos o primeiro Fórum Financeiro. E hoje é uma alegria muito grande ver que temos 19 instituições financeiras presentes. O cooperativismo interage com o sistema financeiro e precisa ter bons contratos, bons empréstimos, boas aplicações e boas parcerias para desenvolver suas atividades”, ressaltou.
Investimentos - O dirigente destacou que, para este ano, o setor está projetando investir R$ 6,8 bilhões, especialmente em projetos de infraestrutura e agroindústria, com uma parcela desses recursos originária do resultado das próprias cooperativas. Já a outra parte deve ser viabilizada por meio de financiamentos. Ele disse que as cooperativas são grandes tomadoras de recursos e dependem dos empréstimos. “Uma cooperativa não pode emitir debêntures, nem ações. Nós não temos a vantagem que muitas empresas possuem, de ir ao mercado, captar e investir. Por isso, precisamos fazer bons negócios com as instituições financeiras. Mas não estamos aqui para vender ilusões e, sim, para mostrar o que precisamos”, enfatizou Ricken.
Plano Safra - Ainda de acordo com ele, também será necessário o apoio dos agentes financeiros no repasse dos recursos do próximo Plano Safra. “O Brasil precisa de R$ 500 bilhões para fazer uma nova safra agrícola, devido à elevação de custos. E, se o produtor não tiver financiamento, ele terá dificuldade, principalmente porque tivemos perda de safra e de renda e, agora, há o problema das enchentes que estão atingindo o Rio Grande do Sul”, afirmou. Em sua avaliação, outro ponto de atenção são as taxas de juros. “No início da safra passada, a taxa Selic era em torno de 14% e hoje está em 10,5% ao ano. São quatro pontos percentuais a menos que o governo federal precisa ajustar para nós”, acrescentou. O presidente do Sistema Ocepar ressaltou ainda que a questão do armazenamento é uma prioridade absoluta para o cooperativismo. “Há 8 milhões de toneladas em déficit de armazenamento no Paraná. Temos demanda nessa área. Precisamos investir em sistemas mais modernos.”
Autogestão - Ricken também apresentou informações que demonstram o empenho das cooperativas paranaenses em gerir os negócios de forma eficiente. “Desde setembro de 1990, temos o Programa de Autogestão, que possui 40 índices, monitorados mensalmente no Paraná, cooperativa por cooperativa. Fechados os balancetes, as informações são armazenadas no Sistema de Autogestão. E nós damos uma devolutiva, para que a cooperativa possa conferir os resultados e fazer comparativos para ter uma noção da sua situação em relação às demais e isso estimula a melhoria contínua. Nunca divulgamos publicamente nem premiamos ninguém com base nessas informações. Não é esse o objetivo”, disse. Além disso, ele lembrou que as cooperativas estão aprimorando sua forma de governança. “Grande parte das cooperativas hoje tem um comando muito claro. É uma gestão profissionalizada e bem segregada”, complementou.
Planejamento - Segundo o presidente do Sistema Ocepar, um diferencial do cooperativismo paranaense se encontra no planejamento de suas atividades. “Se houver uma pequena diferença do cooperativismo do Paraná em relação a outros estados é que aqui nós sempre tivemos planejamento. A Ocepar nasceu de uma ação de planejamento, por meio de um projeto de integração do cooperativismo paranaense, em 1971. Desde então, nós temos seguido nessa direção. São 53 anos completos de planejamento.”
Evolução - Ele explicou como esse trabalho vem evoluindo, especialmente nos últimos anos. “Em 2015, as cooperativas paranaenses movimentaram R$ 50 bilhões e nós planejamos dobrar esse valor. As pessoas achavam que isso levaria 20 anos para ocorrer. Em 2020, nós chegamos a R$ 115 bilhões de faturamento, ou seja, mais do que dobramos o valor. Com esse resultado, o setor se animou em fazer o PRC200, o Plano Paraná Cooperativo 200, visando novamente dobrar o montante. Em 2023, nós chegamos a mais de R$ 200 bilhões. No próximo mês de julho, durante o Fórum dos Presidentes das Cooperativas do Paraná, iremos anunciar os objetivos do novo ciclo do nosso planejamento estratégico. Há um ano estamos trabalhando de forma participativa na definição das metas, que deverão ser divididas em duas etapas, uma para 2026 e outra para 2030. Não é possível adiantar ainda, mas posso garantir que será bem significativo”, disse.
Oportunidades - Segundo Ricken, todo esse trabalho é realizado com o intuito de dar suporte ao crescimento das cooperativas paranaenses e que o setor atua para gerar oportunidades. “As pessoas querem oportunidade. Se elas conseguirem uma oportunidade e, consequentemente uma renda, elas vão conquistar uma condição melhor de vida. Não irá depender de nenhum programa. E isso faz a pessoa crescer. Nós somos entusiastas do nosso sistema pois ele arrecada por ano cerca de R$ 4 bilhões em impostos e investiu no ano passado R$ 6,4 bilhões, apesar de todas as dificuldades”.
Crescimento consolidado - Segundo o dirigente, o cooperativismo paranaense vem crescendo de forma consolidade em todos os ramos, atendendo à demanda da sociedade. “Isso vem ocorrendo no crédito, saúde, transporte, ou seja, em todos os segmentos que atuamos. “Hoje, no Paraná, as cooperativas agropecuárias, por exemplo, recebem 64% da safra paranaense. Representa quase dois terços do total. Dos 64% do que recebemos, pelo menos a metade já tem algum valor agregado, por meio das 142 agroindústrias instaladas pelas nossas cooperativas, de todos os tamanhos, desde a menor até a maior maltaria da América do Sul, que será inaugurada dia 6 de junho, em Ponta Grossa. É muita responsabilidade, num momento em que faltam armazéns para estocar a produção, chove demais ou de menos. Esses desafios não são para gente amadora”, frisou.
Presenças - Entre as 19 instituições financeiras presentes no Fórum Financeiro promovido pelo Sistema Ocepar havia representantes dos bancos ABC Brasil, Alfa de Investimento S/A; Banrisul, Bradesco, Bocom BBM, China Construction Bank, Citibank, Daycoval, Banco do Brasil, Banco Industrial do Brasil, Itaú BBA, Pine, Safra, Santander, BRDE, Caixa Econômica Federal e, ainda, da KPMG, Correparti Corretora de Câmbio e Intertrading.
Cooperativas de crédito - Houve ainda a participação das cooperativas de crédito: Creserv, Sicredi Campos Gerais, Sicredi Integração, Sicredi Parque das Araucárias, Sicoob Credicanoinhas e Sisprime, e das Centrais Sicredi, Sicoob Unicoob, Cresol e Uniprime.
Ramos - Considerando todos os ramos, o evento teve 36 cooperativas inscritas, sendo 20 do ramo agropecuário, 7 de crédito, 7 de saúde, 1 de trabalho e 1 de transporte.