FÓRUM DO AGRONEGÓCIO II: Crise mundial pode ser ainda pior que em 2008, diz Nathan Blanche

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Para o analista econômico Nathan Blanche, da Tendências Consultoria Integrada, o cenário internacional está mais complicado que em 2008, ano em que a crise norte-americana estremeceu a economia mundial. "A crise de 2008 foi fácil em relação ao que pode vir pela frente. Depois do colapso, tínhamos a informação da crise de 1929, os ensinamentos sobre quais as medidas e atitudes a serem tomadas. Agora é diferente", alertou. Blanche falou aos participantes do Fórum de Agronegócio da Ocepar sobre as perspectivas da economia, do câmbio e da agropecuária para 2011. "Depois de 2008, o que os secretários de fazenda e os governos fizeram? Injetaram liquidez, que é a munição que se tem numa crise, vem o governo e injeta crédito, por meio de emissão de dívidas. Esse instrumento está superado, e o endividamento dos países europeus e nos Estados Unidos cresceu muito", explicou. Segundo Blanche, nos próximos cinco anos, o cenário na Europa e nos Estados Unidos será de dificuldades. "A Itália, por exemplo, está com o dobro do índice de risco do Brasil. O país europeu terá que pagar 18% do PIB de 2012 em dívidas. Nos próximos anos, a Europa estará com a faca nos dentes por conta do elevado endividamento", afirmou. 

Oportunidade para o Brasil - O analista estima que a taxa cambial fechará o ano em elevação, no patamar de R$ 1,70. Sobre as perspectivas do Brasil, Blanche é otimista, principalmente porque os indicadores dos países asiáticos seguem positivos. "A China deve continuar crescendo a taxas de 9,5% e a Índia também permanecerá em bom ritmo de crescimento. Para esses dois países vão 48% das commoditites produzidas no mundo", ressaltou. Na outra ponta, os investimentos antes canalizados a países europeus e aos Estados Unidos devem continuar migrando para os países emergentes. "O Brasil tem a chance de se consolidar como o 5º maior PIB mundial", concluiu.  

BRDE - Depois da participação de Blanche, representantes do Banco Regional de Desenvolvimento para o Extremo Sul (BRDE) falaram no Fórum do Agronegócio sobre os programas de investimentos disponíveis para as cooperativas paranaenses. A responsável pelo atendimento a convênios e produtores rurais, Carmem Rodrigues Truite, e o responsável pelo atendimento a cooperativas, Tiago Pesch, fizeram a apresentação. De acordo com eles, nos três últimos planos safra, o BRDE repassou R$ 1,3 bilhão às cooperativas paranaenses, o que equivale a 50% de todo o orçamento do banco. Foram beneficiadas 31 unidades, principalmente por meio do Prodecoop e Procap-Agro. "As perspectivas são de continuar destinando mais de 50% do orçamento do Paraná às cooperativas paranaenses.Também há possibilidade de apoio em todas as linhas disponíveis no Sistema do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social", afirmou Pesch.

Investimento - Carmem esclareceu que o banco atua com linhas de investimento de longo prazo, sendo o atendimento feito direta e indiretamente. "A forma indireta funciona por meio de convênios operacionais que, ao todo, somam 20: seis com cooperativas de crédito, oito com cooperativas de produção e seis com empresas que contam com apoio de cooperativas de crédito. As principais linhas atendidas foram o Pronaf, PSI, Moderagro e Produsa Solo. Como este último não existe mais, acreditamos que agora iremos atuar com mais intensidade no Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono)", disse Carmem. Ainda de acordo com ela, diversos outros projetos têm sido apoiados pelo BRDE, como a aquisição de máquinas e equipamentos, correção de solos, avicultura, entre outros. "Para a safra 2011/12, esperamos manter essa parceria com o setor, contribuindo com a busca de soluções para cooperados e cooperativas", acrescentou.

Banco do Brasil - O gerente de Agronegócio do Banco do Brasil, César de Col, também participou do Fórum de Agronegócio promovido pela Ocepar. De acordo com ele, por orientação do novo vice-presidente de Agronegócio do BB, Osmar Dias, o banco quer intensificar a divulgação do programa ABC. "O desafio é fazer um trabalho diferenciado em relação ao ABC, especialmente no Paraná, que ajudou a criar essa linha. Temos recursos suficientes e o banco já realizou o primeiro financiamento do ABC, no valor de R$ 1 milhão, aqui no Estado. Dessa forma, solicitamos que as cooperativas procurem o Banco do Brasil porque nosso objetivo é disseminar fortemente o ABC", completou.

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