Fat Giro Rural permite renegociar dívidas fora do crédito rural

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Os produtores rurais aguardam a divulgação de resolução que regulamenta a utilização de recursos do FAT Giro Rural e FAT Giro Cooperativo para resolver problemas com dívidas feitas fora do sistema de crédito rural. Na última reunião do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), realizada na sexta-feira (28/04), ficou decidido que o prazo de carência dos financiamento do FAT seria ampliado. O FAT Giro Cooperativo terá R$ 150 milhões para o financiamento dos cooperados, com juro de TJLP + 8%, o que somará cerca de 16,5% ao ano. Esse montante não resolverá, estima Flávio Turra, gerente Técnico e Econômico da Ocepar, as dívidas dos cooperados com fornecedores feitas fora do crédito rural, mas ajuda.

Refinanciamento – Cerca de R$ 1,7 bilhão será destinado aos agricultores que financiaram insumos diretamente junto às revendas. Os recursos do FAT Giro Rural permitem pagar essas dívidas à vista através da realização de novos financiamento em CPR, com juros mais baixos do que os cobrados pelos fornecedores. Além disso a Linha FAT Giro Rural foi flexibilizada, permitindo ao produtor  trocar sua dívida junto ao sistema financeiro feitas por meio de CPR’s ou outros títulos por novo financiamento com encargos do Fat Giro Rural.

Banco do Brasil - O Banco do Brasil admite ter cerca de R$ 500 milhões em CPRs com dificuldades de pagamento. No mercado, estima-se uma carteira de até R$ 1 bilhão. Nessa modalidade, os produtores chegam a pagar até 30% ao ano de juros. A medida dará uma fôlego extra aos produtores e ajudará os bancos a limpar seus balanços, atingidos pela forte inadimplência do setor. "Há um acordo entre os ministérios da Agricultura, da Fazenda e os bancos para anunciar logo essas medidas", afirma uma fonte de alto escalão no governo.

Empresas privadas - Como 75% das dívidas do setor rural estão hoje nas mãos de empresas privadas, a reestruturação também permitirá o financiamento direto dos produtores, sem necessidade de aval dos fornecedores. Nesse caso, eles podem conceder descontos sobre essas dívidas e voltar a financiar futuras safras. Mas os produtores terão que negociar a ampliação de seus limites de crédito com os bancos. "Essas mudanças serão boas para todos os elos. Temos esperança de que as medidas sejam anunciadas o mais breve possível", afirma o economista Luciano Carvalho, assessor técnico de crédito rural da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. O pacote de socorro também deve estender o prazo para a contratação de financiamentos na linha do FAT até o dia 30 de setembro. Os produtores, porém, querem estendê-la até 31 de dezembro. Esse prazo já havia sido ampliado de 31 de janeiro para 30 de junho. "Isso ainda está em negociação", diz Carvalho.(Com informações da Agência Estado e Jornal Valor)  

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