ENCONTRO ESTADUAL VII: Produção maior e bons preços alavancaram expansão do setor em 2011

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Lideranças e dirigentes cooperativistas presentes no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses avaliaram o ano de 2011 e falaram sobre as expectativas para 2012. “As cooperativas, pelas suas caraterísticas pecualiares, enfrentaram de forma diferente das empresas comerciais as consequências da crise instalada no mundo entre 2008 e 2009, da qual saímos em 2010. Isso trouxe reflexos para todo o País e eu avalio que o cooperativismo atingiu desenvolvimento positivo tanto na área rural como urbana. Para nós, é uma da alegria estar aqui, comemorando o fechamento do ano com a família cooperativista paranaense, que é uma referência nacional”, disse Renato Nóbile, superintendente da OCB que, na ocasião, representou o presidente da organização nacional, Márcio Lopes. De acordo com ele, 2012 será especial para o setor já que a ONU estabeleceu como sendo o Ano Internacional das Cooperativas. “Será uma grande oportunidade e um desafio muito grande. Temos consciência de que o cooperativismo ainda não é tão conhecido pela maioria da população e vamos aproveitar para divulgá-lo amplamente”, disse. 

 

Crescimento - Para os presidentes das cooperativas do Paraná, o aumento na produção de grãos e bons preços das commodities agrícolas são alguns dos fatores para o bom desempenho do setor cooperativista em 2011. “Alcançamos 5,5 milhões de toneladas de grãos, sendo que o nosso faturamento deve chegar a R$ 5,6 bilhões, montante 18% a 20% maior em relação ao ano passado, e ampliamos nosso quadro social para 24.300 cooperados e 5.400 funcionários”, comemora Aroldo Galassini, presidente da Coamo, cooperativa com sede em Campo Mourão e unidades em diversos municípios do Paraná e em outros estados. Um desempenho que favorece, principalmente, os cooperados da Coamo, já que as sobras dos resultados financeiras são repassadas ao quadro social. “Vai ser um ano de grande devolução de sobras” revela o dirigente. Segundo ele, vários fatores alavancaram o bom desempenho da Coamo, a exemplo do setor de alimentos acabados para supermercados, que já representam 10% do faturamento global da cooperativa, e também as exportações que devem atingir a cifra recorde de US$ 1,100 bilhão em 2011. “Praticamente já representamos quase 50% de toda a exportação das cooperativas do Paraná, portanto, o ano de 2011 foi extremamente positivo para a Coamo”, disse. Na avaliação do dirigente, o Encontro Estadual é uma oportunidade de evidenciar o trabalho que o cooperativismo do Paraná vem realizando. “É um dia importante, tanto que trouxemos uma comitiva grande. É um momento de integração e uma oportunidade de aproximar cooperados e autoridades ligadas ao cooperativismo, ao Estado e ao País, e também de fazer contatos e confraternizar”, disse.

 

Poupança - O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, lembra que, por conta do cenário positivo vivido em 2011, o produtor da área de abrangência da cooperativa está capitalizado. “São raras as exceções em que há problemas, portanto, vamos fechar um ano maravilhoso”, destaca. O dirigente comenta que o produtor que buscou aumentar a produtividade e investiu em tecnologia, está muito satisfeito com os resultados do seu trabalho. “Um exemplo é o fato de que, no âmbito da Cocamar, o produtor que está capitalizado possui atualmente 50% de toda a sua safra depositada na Cocamar, sem fixar, ou seja, sem vender. Isto significa que ele tem uma poupança e que está esperando o momento, ou seja, uma oportunidade para investir o seu dinheiro” afirmou.

Destaques - De acordo com o dirigente, a Cocamar irá fechar o ano em crescimento, com um faturamento próximo a R$ 2 bilhões, um incremento de cerca de 25% em relação ao ano anterior. “Vários são os destaques da cooperativa. O varejo, por exemplo, é uma área importante para a cooperativa, pois saímos de R$320 milhões para R$ 560 milhões este ano. E estamos apostando alto para o próximo ano, pois até agora o cenário projetado está com uma perspectiva muito boa. O plantio já foi concretizado e estamos esperando uma safra boa para 2012. Os preços estão cedendo um pouco, mas temos que lembrar que produzimos alimentos, portanto, mesmo que a economia desacelere, haverá uma demanda boa, pois os níveis internacionais de estoques de todos os grãos estão baixos. Portanto, qualquer oscilação de demanda vai trazer algum estresse e melhoria de preço. É nisso que apostando nos próximos quatro ou cinco anos”, afirma.

Confiança - O presidente da Agrária, Jorge Karl, lembra que, apesar das incertezas e mudanças na economia mundial, o Brasil manteve uma linha de crescimento. “Além disso, estamos ancorados, principalmente, em commodities, motivo pelo qual alcançamos bons resultados”, avalia o dirigente. Segundo ele, a Agrária deve atingir o desempenho projetado para este ano. “Isto faz com que a gente fique mais confiante em relação ao próximo ano, fazendo projeções otimistas e, logicamente, tocando em frente os projetos de investimento que já estavam previstos. Isto é uma grande satisfação”, frisa. Na sua avaliação, o cooperativismo paranaense manteve o seu significado e importância em 2011 e, principalmente, obteve o reconhecimento que merece. “E agora, com este grande evento, podemos confraternizar e mostrar tudo o que foi feito de bom ao longo do ano. O Encontro Estadual também é uma oportunidade para troca de ideias, experiências e opiniões”, avalia.

Superação Apesar das diversas dificuldades vivenciadas ao longo do ano, a exemplo do incêndio em seu abatedouro, no mês de maio, e perdas provocadas por geadas nas lavouras do milho safrinha e trigo, o ano foi positivo para a C.Vale, cooperativa sediada em Palotina. “Os volumes de recebimento foram cerca de 3% menores em relação ao ano passado, mas em contrapartida os preços contribuíram muito, tanto que no ano passado, na época da colheita, a saca de milho chegou a R$ 12,60 e este ano ficou em torno de R$ 20,00”, revela o presidente da cooperativa, Alfredo Lang. Segundo ele, a C.Vale deve fechar o ano com um faturamento de R$ 2,7 bilhões, um desempenhado que merece ser comemorado, motivo pelo qual a cooperativa não abriu mão de participar do Encontro Estadual de Cooperativistas. “O evento é um momento único, em que as lideranças cooperativistas se encontram com as demais lideranças empresarias e autoridades políticas. A participação expressiva de cooperados, dirigentes e autoridades é um exemplo da força do setor e da integração do sistema cooperativista. Saiíos daqui mais motivados”, disse.

Ramo saúde - O presidente da Federação Unimed, Orestes Barrozo, revela que para o sistema cooperativo de saúde, em especial as Unimeds, 2011 foi um ano muito bom. “Estou muito contente com o resultado do ano”, afirma. Ele conta que algumas conquistas se consolidaram, muitas das quais focadas na estruturação das cooperativas e também em relação ao processo regulatório que está ocorrendo. “As cooperativas do Paraná conseguiram se estruturar e hoje a maioria delas possui as melhores classificações nos índices de saúde suplementar da Agência Nacional de Saúde (ANS). Todas estão cumprindo com suas obrigações e, mais do que isso, estão ganhando mercado num ritmo maior que a concorrência”, conclui.

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