COTAÇÕES: Grãos têm alta nos EUA com quebra australiana

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A perspectiva de redução na oferta mundial de trigo este ano fez as cotações do cereal dispararem ontem (09/10) nas bolsas americanas puxando também os preços futuros do milho e da soja. O trigo registrou limite de alta tanto na bolsa de Chicago quanto em Kansas - valorização de 30 centavos de dólar. O contrato de dezembro fechou a US$ 4,94 por bushel em Chicago, o maior valor desde julho de 1996, segundo a Bloomberg. O contrato da segunda posição (março) também encerrou com alta de 30 centavos a US$ 5,075 por bushel. Em Kansas, março bateu US$ 5,44 por bushel.

Análise - Os ganhos no mercado de trigo influenciaram o milho e a soja nas bolsas americanas. A segunda posição do milho na bolsa de Chicago subiu 18,5 centavos de dólar a US$ 3,025 por bushel, o maior valor desde 04/06/2004, conforme o Valor Data. A soja alcançou o maior preço desde 26 de julho deste ano, registrando ganho de 11,5 centavos de dólar a US$ 5,8925. Élcio Bento, analista da Safras&Mercado, observou que o cenário é de alta para o trigo por conta da menor produção mundial. Mas o que sustentou os ganhos ontem foi a previsão do Conselho de Grãos da Austrália de que a seca no país deve reduzir a produção em quase dois terços. Segundo o órgão, a Austrália deve produzir 10 milhões de toneladas de trigo nesta safra contra 25 milhões no ciclo anterior. Com a nova previsão para a safra australiana, a oferta mundial deve cair ainda mais. O último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicou oferta global de 596 milhões de toneladas de trigo (foi de 618 milhões na safra anterior). A expectativa é de que caia para o patamar de 586 milhões de toneladas, disse Bento. Ele acrescenta que além de menor oferta, as lavouras de trigo em países produtores também apresentam problemas de qualidade devido a complicações climáticas.

Valorização - Com a quebra na Austrália, o país, um dos maiores exportadores mundial do produto pode ter de importar o grão, até mesmo dos EUA e do Canadá. "O milho seguiu o trigo", disse Leonardo Sologuren, da Céleres, acrescentando que há expectativa de que os EUA exportem mais trigo para a América do Sul. O mesmo se deu com a soja, segundo Flávio França Jr., da Safras&Mercados. Segundo o analista, a soja está em plena colheita nos EUA por isso não haveria motivo para a alta. No entanto, a valorização do trigo afeta os mercados de grãos utilizados para em rações. Outro mercado que teve alta expressiva ontem foi o do óleo de soja. O contrato de dezembro subiu 77 pontos em Chicago, para 24,99 centavos de dólar por libra-peso. Nesse caso, o mercado foi influenciado pela alta do petróleo. O contrato de novembro do tipo Brent subiu 1,19%, para US$ 60,54 por barril. (Valor Econômico)

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