COOPERATIVISMO I: Indústria deixa mercado mais competitivo

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Este ano, o sistema agroindustrial das cooperativas paranaenses deverá receber cerca de R$ 1,10 bi, R$ 90 mi a mais que em 2010.De acordo com um levantamento realizado pela Ocepar, entre os anos de 2001 e 2010, as cooperativas paranaenses movimentaram no sistema de agroindustrialização cerca de R$ 7,6 bilhões. Flávio Turra, gerente técnico e econômico da entidade, explica que esse remodelamento das cooperativas do Estado estão cada vez mais tornando-as competitivas no mercado de alimentos industrializados.

Negociação - ''Agora os produtores não ficam à mercê das indústrias que estipulam os preços. Hoje, as cooperativas têm o poder de negociação no mercado e também chega a pressionar preços'', destaca. E matéria-prima para crescer não falta, segundo Turra. No Paraná, 54% da produção de grãos sai das cooperativas. Turra comenta que esse elevado volume contribuiu para a implantação do processo de industrialização no início de 1980 e que foi intensificado em meados da década de 1990. E explica que o processo só ocorreu por meio de incentivos às cooperativas que entraram no Plano Safra daquela época.

Fomento - O gerente técnico da Ocepar reforça que antes disso, as cooperativas não tinham recursos financeiros suficientes para investir. ''Naquela época o governo estava trabalhando no processo de reaquecimento da economia. As cooperativas foram uma das estratégias para fomentar o mercado'', reforça. Com o apoio do Programa de Agregação de Valor à Produção das Cooperativas Agropecuárias (Prodecoop) o setor industrial das unidades foram crescendo.

Recursos - Só nesta safra, foram ofertados às cooperativas recursos na ordem de R$ 2 bilhões, a um juro de 6,75% ao ano, com um prazo de pagamento de doze anos.''Historicamente, o Paraná consome 40% de todos os recursos disponíveis. Cada unidade pode resgatar até R$ 60 milhões, dependendo do projeto apresentado'', comenta Turra. Segundo ele, um dos motivos do governo voltar seus investimentos para as cooperativas é porque elas não abandonam suas regiões de origem. ''Empresas privadas vão para onde é mais barato e viável produzir. Já as cooperativas não abandonam a área porque todos os sócios estão na região'', enfatiza.

Investimentos - Turra acrescenta que neste ano, o sistema agroindustrial das cooperativas paranaenses deverá receber investimentos de cerca de R$ 1,10 bilhão, R$ 90 milhões a mais do foi disponibilizado em 2010. ''Só o oeste paranaense concentra 36% dos investimentos neste ano'', aponta. Turra destaca que é por esse motivo que as cooperativas estão cada vez mais presentes nas gôndolas dos supermercados. ''Aos poucos, estão ganhando credibilidade e a confiança dos consumidores''.

Rações - Além de alimentos para consumo humano, algumas cooperativas estão apostando em outro nicho de mercado, que é o setor de rações. A cooperativa Integrada já aposta há algum tempo na indústria de ração para cachorro. A produção é de 300 toneladas por mês. O responsável pelo sistema industrial da cooperativa, Sérgio Otaguiri, afirma que a industrialização é o futuro do cooperativismo e que é preciso investir cada vez mais.

Outros produtos - A Integrada já produz farinha de milho, canjica, grits e fubá. Porém, ainda não os industrializa com a sua própria marca. Uma novidade é que a cooperativa já plantou dois mil hectares de laranja para a produção de suco. ''Ainda não temos um prazo para iniciarmos a produção da bebida, mesmo porque não temos ainda as instalações industriais, que deverão ficar na região de Uraí. Em função do atraso do plantio do pomar, não há uma data certa para implantação do sistema'', explica. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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