COAMO: Produtores rurais aceleram colheita em Campo Mourão

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Desde a segunda quinzena de fevereiro, as máquinas estão no campo colhendo a safra 2011. Até agora, mais de metade da área total plantada com soja, de 575 mil hectares, já foi colhida na região. O receio de muitos produtores quanto a estragos com a seca no período de plantio e as chuvas que marcaram as primeiras semanas de colheita não tem se confirmado e os resultados preliminares são ainda melhores do que em 2010, considerado um ano muito bom para a cultura.

Produtividade - No ano passado a área plantada com a cultura era 570 mil hectares, um crescimento de pouco mais de 1%. Nos 24 municípios que pertencem ao Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), a média está sendo de 130 sacos por alqueire. "O ano passado já foi um ano excepcional para a agricultura em termos de rendimento e estamos um pouco acima da média de 2010 e este número ainda pode aumentar com o fechamento da safra", coloca Anderson dos Santos, economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab.

 

Ponto de colheita - O economista apontou que a maioria da produção está em ponto de colheita e que chuvas prolongadas poderiam trazer prejuízos aos agricultores. "Para ter problema seriam precisos de 10 a 15 dias com chuva seguidos. Mas os produtores não precisam se preocupar, as previsões apontam que até amanhã a possibilidade de chuva ainda é grande, mas para a próxima semana o céu volta a ficar limpo", coloca.

 

Poucas perdas - Até o momento, poucas perdas foram registradas na safra. "Somente em casos isolados. No começo da colheita, em regiões que normalmente são colhidas mais cedo, atrasou um pouco pela chuva e alguns produtores registraram perdas, mas agora normalizou isso e na média geral está sendo muito positivo o resultado." O produtor ganha com a produtividade e, ao contrário de anos anteriores, ganha também com o preço. Neste mesmo período, na safra 2010, a saca de soja de 60 quilos era vendida a R$ 31,00. Hoje a mesma saca está a R$ 43,50.

 

Motivos - Para o diretor presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa, José Aroldo Gallassini o bom momento vivido pela agricultura pode ser explicado, entre outros fatores, pelos estoques mundiais baixos, o comportamento do dólar e a crise em alguns países. "Os preços já estão altos hoje e podem continuar assim durante o ano. Quando a produção é boa já é meio caminho andado; porém é na hora de vender a safra que o agricultor define se a comercialização será lucrativa ou não", analisa.

 

Tendência de alta - No início da colheita, o grão chegou a R$ 48,00. "A tendência é que volte a subir esse preço", acrescenta Santos. A comercialização, grande gargalo da produção agrícola, também está vivendo um bom momento. "Tivemos um avanço de vendas antecipadas este ano. Na média geral do Estado, já é mais de 30% comercializado. Muitos produtores aproveitaram no começo que o preço estava muito alto e já garantiram o rendimento."

 

Milho ganha espaço - Motivados pelo preço, muitos agricultores estão voltando a apostar no milho safrinha e as máquinas precisam dividir seu tempo entre a colheita da soja e o plantio da safrinha. "Virou basicamente uma febre, muita gente está plantando. O preço é o grande incentivador. Para se ter uma ideia da mudança na situação para a cultura, no ano passado, nesta época o milho era comercializado a R$ 13,00 a saca", elenca Santos. Hoje o produto é vendido até por R$ 23,40, alta de 70% no valor de mercado.

 

Comemoração - Em 2010, muita área que agora recebe as sementes de milho estava parada. "Muita gente tinha plantado aveia ou com áreas sem produção. Nossa primeira estimativa aponta que o milho safrinha vai ter uma área de 250 mil hectares, uma elevação de 20% com relação ao ano passado e este número pode aumentar, conforme avança o plantio." Segundo ele, após anos de sucessivas perdas, o produtor hoje só tem a comemorar. "Não tem do que ele reclamar, o rendimento está bom e o preço também tem ajudado", finaliza. (Tribuna do Interior)

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