CICLO 2010/11: Safra recorde vai impactar positivamente na economia do PR

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O Brasil deverá atingir um novo recorde de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na safra 2010/11, de acordo com a segunda estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nesta quinta-feira (10/03). O país deverá colher 151,1 milhões de toneladas, resultado 1,2% superior à safra anterior, quando foi produzida a quantidade recorde de R$ 149,5 milhões de toneladas. Segundo dados do IBGE, o Paraná, responsável por 20% desse total, lidera a produção nacional de grãos, com um total de 30,2 milhões de toneladas, seguido do Mato Grosso, com 30,1 milhões de toneladas. Em âmbito nacional foi registrado o crescimento da produção de soja, algodão e arroz e redução do milho e trigo. No Paraná, houve aumento em soja e feijão e redução da produção de milho e trigo. De acordo com o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, o clima favorável e o emprego de tecnologia contribuíram para o desempenho positivo desse ciclo. "Essa safra também está se caracterizando por uma conjugação rara de fatores, ou seja, produtividade e clima bons, acompanhados de preços altos. Isso deverá impactar positivamente na economia do Paraná", afirmou ele em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira (11/03), ao jornal da Rede Independência de Comunicação (RIC/TV).

 

VBP - De acordo com dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab/Deral), em 2010, o Valor Bruto da Produção (VBP) atingiu R$ 13,5 bilhões, a preços de fevereiro do ano passado, enquanto em 2011, o VBP soma R$ 17,6 bilhões, tomando como base os preços de fevereiro desse ano. "A variação é de 31,5%, ou seja, são R$ 4,1 bilhões gerados a mais somente com a produção de grãos, cereais e leguminosas. É um valor adicional que será injetado na economia paranaense", ressalta Flávio. Segundo o gerente da Ocepar, a margem para o produtor é de 20% do VPB, ou seja, R$ 3,5 bilhões. "A tendência é de que o agricultor destine esse recurso para pagamento de dívidas e renovação do parque de máquinas e equipamentos. Parte do dinheiro também vai ajudar a aquecer o comércio", acrescenta.

 

Preços - Ele lembra ainda que os preços mais atraentes dos produtos agrícolas são decorrentes do aumento do consumo de alimentos em países mais populosos, como China e Índia, propiciado pela melhora na renda das famílias. Também influenciaram a queda de safra na Europa devido ao clima e a utilização do milho para produção do etanol nos Estados Unidos. No mercado interno, os produtores também estão recebendo mais pela produção. O milho, por exemplo, estava sendo comercializado no Paraná, em fevereiro de 2010, a R$ 14,09 a saca de 60 quilos, e passou para R$ 22,34/sc, em fevereiro de 2011. Nesse período, a soja passou de R$ 33,29 a saca de 60 quilos para R$ 45,68/sc.

 

Preocupação - Segundo Flávio, a expectativa é de que as projeções do IBGE sejam efetivamente confirmadas se as condições gerais se mantiverem adequadas. "A safra de verão, que representa 85% da produção paranaense de grãos, ainda está em fase de colheita. Por outro lado, a de inverno está no início do plantio. Os prognósticos são bons mas ainda temos que aguardar a conclusão das duas safras para termos os resultados assegurados", completa.

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