Brasil vai exportar carnes para a China

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Os acordos fechados com a China na área agrícola permitirão ao Brasil exportar para o país asiático, já no ano que vem, cerca de 60 mil toneladas de carne bovina e 40 mil toneladas de carne de frango, o que representa US$ 150 milhões a mais do que é comercializado atualmente. A previsão foi feita pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, após assinatura da ata da reunião sobre entendimentos para ampliação do comércio bilateral com o ministro da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, Li Chiangjiang. Rodrigues informou que em três anos as exportações de carne bovina brasileira para a China chegarão a US$ 600 milhões e de frango US$ 200 milhões. “Não foi uma negociação singela, mas a partir do momento em que o Brasil garantiu reconhecer a China como um país de economia de mercado, notamos um tranqüilo interesse do governo chinês em adotar conosco uma atitude mais amiga e fraterna do ponto de vista comercial”, comentou o ministro.

Acordo - Além de ampliar as exportações de carnes bovina in natura e de frango para a China, os protocolos autorizam o Brasil a abrir mercado para envoltórios naturais (tripas) suínos e pescados (peixes marinhos e filés de peixes marinhos de pesca extrativa, polvos, lulas e calamares) de origem chinesa. A China poderá ainda vender para o Brasil carnes de aves e suínas termicamente processadas. Também será criado um grupo de trabalho para harmonizar regras de comércio para produtos de origem vegetal, como soja, óleo de soja e frutas.
O Brasil tem interesse em exportar para a China frutas cítricas, uvas e melão e a China quer vender para o Brasil maçã, pêra e também cítricos (longan e lichia). Os dois países devem ampliar esforços e concluir o mais brevemente possível as análises de risco de pragas para viabilizar o comércio bilteral destas frutas.

Avaliação - Rodrigues destacou o trabalho realizado pelas equipes técnicas dos dois países. “O documento assinado hoje é o coroamento de um trabalho intenso iniciado há três semanas por técnicos chineses e uma equipe jovem e competente da Secretaria de Defesa Agropecuária”, enfatizou. “Foram negociações longas e complexas porque se trata de uma grande disputa de mercado”. O ministro da Quarentena da China, Li Chiangjiang destacou o crescimento das relações bilaterais. Lembrou que no ano passado, o comércio Brasil-China movimentou US$ 8 bilhões e a previsão para este ano é de chegar a US$ 10 bilhões. Com os acordos a serem assinados durante a visita do presidente Hu Jintao ao Brasil a estimativa é de que o comércio bilateral chegue a US$ 20 bilhões nos próximos três anos.

Política flexível - Para Chiangjiang, o avanço das negociações agrícolas tem um papel significativo para esse desempenho. Afirmou que em 2002 o Brasil exportou 3,9 milhões de toneladas de soja para a China. Em 2003, segundo ele, o volume saltou para 6,4 milhões de toneladas e em 2004, até outubro, a China já importou 6,1 milhões de toneladas de soja brasileira. No caso de óleo de soja, foram exportadas para a China 450 mil toneladas em 2003 e até outubro deste ano foram embarcadas 750 mil toneladas. “Isso significa que a China está adotando uma política flexível e diferenciada com o Brasil”, disse o ministro chinês.(Ministério da Agricultura)

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