BALANÇO II: Agro terá superávit recorde de US$ 75 bi em 2011

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Depois de sustentar o superávit da balança comercial brasileira por dez anos, o saldo das exportações do agronegócio vai bater novo recorde em 2011. Os dados do Ministério da Agricultura mostram que os embarques do setor vão superar em US$ 75 bilhões as importações, valor 19% maior que o do ano passado. Como os demais setores apresentam déficit, o saldo da balança comercial brasileira, incluindo todos os segmentos, será menor que o do agronegócio (próximo de US$ 28 bilhões) e o da balança comercial paranaense ficará negativo (em cerca de R$ 1 bilhão).

 

Produção - A expansão do agronegócio vai além dos números referentes às exportações, conforme os analistas. No caso do frango, que tem 30% da produção exportados, a previsão é de crescimento de 2,5% nos embarques e de 6,9% na produção. A indústria está atingindo 13 milhões de toneladas e deve exportar 4 milhões (t).

 

Vantagem - Esse volume permite ao país abrir vantagem como maior fornecedor do produto para o mercado mundial. Os Estados Unidos, na segunda posição, estimam que vão exportar 3,11 milhões de toneladas em 2011. Como o produto está em alta, deve render 15% a mais ao Brasil nas vendas ao exterior na comparação com 2010 – perto de US$ 8 bilhões.

 

Força - O déficit previsto para a balança comercial do Paraná seria bem maior se as exportações do agronegócio não tivessem crescido com tanta força, afirma Gilda Bozza, economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). “O setor detém 70% das exportações totais, um comportamento sustentado ao longo do ano.”

 

Soja e sucroalcooleiro - Além das carnes, a maior parte das exportações de produtos com origem no meio rural vem do complexo soja e do sucroalcooleiro. Esse três segmentos respondem por 85% dos embarques do agronegócio paranaense. Os valores da produção embarcada subiram 38% para a soja em grão e saltaram 48% no açúcar.

 

Superávit - O superávit do agronegócio deve atingir US$ 10 bilhões no Paraná, pelo fato de as exportações caminharem para US$ 12 bilhões. A soja em grão tem participação decisiva nesse bolo, com cerca de US$ 5 bilhões. O saldo positivo nacional cresceu US$ 20 bilhões nos últimos dois anos, ou seja, duas vezes o índice estadual. O superávit do setor faz com que a balança comercial brasileira seja positiva desde 2001. E de forma expressiva. Contribuiu em todos os balanços e foi maior que o índice nacional em oito dos últimos dez anos.

 

Déficit no PR mostra sofisticação - O diretor de Pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki, afirma que o Paraná – maior produtor de grãos do Brasil – registra déficit comercial por ter ampliado as importações e devido às próprias características da economia. Se o estado dependesse apenas de produtos primários, o quadro seria outro, mas, nem por isso, melhor.

 

Automóveis - Os automóveis importados via Paranaguá entram nas contas do estado mas boa parte segue para outras regiões, considera. Além disso, a estrutura de refino de petróleo de Araucária está preparada para receber matéria-prima externa, menos ácida que a nacional, destaca. Esses fatores tiveram peso decisivo no déficit, que chegou a US$ 1,2 bilhão de janeiro a novembro.

 

Essencial - “Geralmente os estados com estruturas de produção mais complexas e sofisticadas importam mais do que exportam, como ocorre em São Paulo.” Em âmbito estadual, a balança comercial reflete com distorções o andamento da economia, analisa Suzuki. Por outro lado, manter o saldo positivo é essencial para o país, acrescenta. (Gazeta do Povo)

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