ANS divulga dados econômico-financeiros relativos ao 3° trimestre de 2025
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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, nessa quinta-feira (11/12), os dados econômico-financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2025. As informações agregadas indicam a manutenção da tendência de resultados positivos para o período, identificada desde o início do ano, impulsionada pelo desempenho das maiores operadoras médico-hospitalares e pela redução da sinistralidade no setor, inclusive na parte operacional.
As informações estão disponíveis no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, que permite a consulta por trimestre desde 2018.
“Os dados mostram um momento positivo para as operadoras, mas é importante ressaltar que persiste ainda um cenário de cautela para cerca de 7,5 milhões de beneficiários em operadoras que se encontram em regimes especiais de acompanhamento econômico-financeiro, direção fiscal, programas de adequação econômico-financeiro e cancelamentos de registro”, alerta o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino.
Receitas e lucro líquido do setor
Segundo os dados enviados pelas operadoras de planos de saúde e pelas administradoras de benefícios à ANS, o setor registrou receitas de R$ 287,3 bilhões, com lucro líquido acumulado de R$ 17,9 bilhões entre janeiro e setembro de 2025. Esse resultado equivale a aproximadamente 6,2% da receita total do período, ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas, o setor obteve cerca de R$ 6,20 de lucro.
Sinistralidade no setor
A sinistralidade, principal indicador do desempenho operacional nas operadoras médico-hospitalares, ficou em 81,9% de janeiro a setembro de 2025, 2,4 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano anterior. Isso significa que cerca de 81,9% das receitas provenientes das mensalidades foram utilizadas para despesas assistenciais, sendo o menor índice registrado desde 2021. A redução da sinistralidade é explicada principalmente pela recomposição das mensalidades, que superou a variação das despesas assistenciais, movimento observado desde 2023.
Resultado líquido do setor
O resultado líquido do setor, de janeiro a setembro de 2025, foi o maior em termos nominais desde 2018, inclusive superior ao recorde anterior durante a pandemia de COVID-19. Destaca-se que as três maiores operadoras concentraram 41% do lucro agregado informado à ANS, evidenciando a influência do desempenho dessas grandes empresas no resultado geral do setor.
Apesar da concentração de resultados em algumas operadoras de grande porte, 75,1% dos entes regulados (590 entidades) encerraram o período com resultado líquido positivo, um aumento de 8,37 pontos percentuais sobre o ano anterior. Nota-se, portanto, uma melhora geral no desempenho do setor, com crescimento do número de operadoras registrando resultados positivos.
Desempenho das operadoras médico-hospitalares
As operadoras médico-hospitalares constituem o principal segmento do setor e, juntas, alcançaram lucro líquido de R$ 17,2 bilhões, impulsionado pelo aumento do resultado operacional e pela contribuição do resultado financeiro.
Aumento do resultado operacional
O resultado operacional agregado das operadoras médico-hospitalares atingiu saldo positivo de R$ 8,3 bilhões. O aumento foi mais expressivo nas seguradoras especializadas em saúde, além de medicinas de grupo de grande e médio porte e cooperativas médicas de grande porte. Já as autogestões foram a única modalidade a registrar prejuízo operacional de R$ 1,22 bilhão, 22,3% a mais que no ano anterior.
Contribuição do resultado financeiro
Em um cenário de taxas de juros elevadas, as aplicações financeiras das operadoras médico-hospitalares totalizaram R$ 134,9 bilhões ao fim de setembro de 2025, sendo uma fonte relevante de receita adicional. O resultado financeiro do setor no período foi de R$ 11 bilhões.
Resultados por porte de operadora
O Painel Econômico-Financeiro permite a análise dos resultados por porte de operadora. Todas as faixas de porte registraram aumento no resultado líquido, com destaque para as de grande porte, que alcançaram R$ 13,9 bilhões de lucro líquido.
Sinistralidade por porte
Nas operadoras médico-hospitalares, a sinistralidade registrada de janeiro a setembro de 2025 foi de 81,9%, 2,4 pontos percentuais abaixo do ano anterior, sendo o menor índice desde 2021. A recomposição das mensalidades, superior à variação das despesas assistenciais, explica essa redução.
O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar também permite consultar o desempenho individual de cada operadora.
Conceitos importantes
Resultado operacional: Diferença entre receitas e despesas da operação de saúde (receitas das mensalidades e outras receitas operacionais deduzidas as despesas assistenciais, administrativas, de comercialização e outras despesas operacionais).
Resultado financeiro: Diferença entre receitas e despesas financeiras.
Resultado líquido: Soma dos resultados operacional, financeiro e patrimonial, acrescidos do efeito de impostos e participações.
Sinistralidade: Percentual das receitas assistenciais utilizadas para o pagamento de despesas assistenciais. (ANS)