ABAG: Congresso Brasileiro do Agronegócio destaca cooperativismo do PR

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Questões ligadas à estratégia de comercialização de produtos agropecuários foram um dos focos do 10º Congresso Brasileiro de Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), realizado nesta segunda-feira (08/08), em São Paulo. Com o tema 'Mudanças e Paradigmas', Carlo Lovatelli, presidente da entidade, abriu o evento mostrando que o setor no País necessita de uma gestão e de uma produção mais qualificada, como já ocorre em algumas regiões.

Paraná - Em entrevista à Folha, Lovatelli destacou que o Paraná é considerado excelência em termos de qualidade de produção e comercialização. ''O modelo de cooperativismo paranaense é importante para o setor. O Estado tem estratégia de produção que deve ser seguida'', apontou. O presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Maringá, Luiz Lourenço, que também participou dos ciclos de palestras, completou que o Paraná já conta com um alto potencial de produção, mas pode melhorar ainda mais. Também representaram as cooperativas paranaenses o presidente da Cooperativa Lar, Irineo da Costa Rodrigues, da cooperativa Bom Jesus e diretor da Ocepar, Luiz Roberto Baggio e o assessor da diretoria do Sistema Ocepar, Guntolf van Kaick.

 

Demanda por alimentos - ''Temos que produzir cada vez mais para atender à demanda crescente por alimentos'', sublinhou Lourenço. Ele destacou que no Estado há grandes áreas com pastagens degradadas, por exemplo, localizadas principalmente na região Norte do Estado, que, segundo ele, são agricultáveis. O presidente da Cocamar revelou que o programa paranaense de integração lavoura-pecuária-floresta é uma solução para fomentar o crescimento da agricultura.

 

Pastagens degradadas - Atualmente, conforme Lourenço, o Estado tem cerca de 1,8 milhões de hectares em pastagens de baixa qualidade. Algumas, afirmou ele, já estão em processo de desertificação. ''Na região do arenito, por exemplo, existem vários trabalhos da Embrapa, em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Cocamar, cujo objetivo é recuperar essas áreas'', aponta. Porém, segundo ele, uma das principais dificuldades nesse projeto é convencer o pecuarista - dono da área - a investir nesse processo porque não se interessa pela atividade.

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Agricultores - Lourenço explicou que a mesma rejeição se dá por parte dos agricultores. Muitos deles têm receio em investir em áreas recuperadas, por medo da lavoura não vingar. Porém, de acordo o presidente da Cocamar, para um País que quer ampliar sua oferta de alimentos, essa é uma das principais alternativas.

 

Item estratégico - José Antonio do Prado Fay, presidente da Brasil Foods S/A, destacou que alimento é um item estratégico de um País, e que é importante não só produzir matéria-prima no Brasil, mas também industrializar e levar esses produtos brasileiros para o exterior.

 

No exterior - Com relação ao mercado externo, um dos assuntos que permearam as discussões do congresso, foi a dependência brasileira da China, principalmente no que se refere à importação chinesa de commodities agrícolas. José Roberto Mendonça de Barros, consultor da MB Associados de São Paulo, elucidou que o Brasil tem bons resultados no volume de exportação de commodities graças à China. Em sua palestra, Barros enfatizou que a área plantada chinesa decresce a 0,5% ao ano, devido ao êxodo rural que o país enfrenta. Segundo ele, esse fato aumenta a dependência da China pelos produtos brasileiros. Porém, segundo ele, ter somente um mercado comprador não é seguro, já que não se sabe se essa economia crescente do país vai continuar. (Com informações da Folha de Londrina)

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