SICREDI UNIÃO PR/SP: Inclusão no sistema financeiro viabiliza água encanada a agricultores
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Assentada no Eli Vive II, em Lerroville, distrito rural de Londrina, a família da agricultora Laurita Ferreira de Abreu Correa (foto) viu, pela primeira vez em décadas, a água jorrar pela torneira de casa, ao alcance das mãos. “Meu filho que completa 17 anos nunca teve água assim fácil. Essa é a primeira vez na vida dele que é só abrir a torneira para a água sair”, conta Laurita. O assentamento foi criado em 2012, mas a família Correa estava acampada desde 2003. O lote a que teve direito é chamado de área seca, ou seja, não tem rios ou nascentes por perto, dificultando o dia a dia e também a expansão dos sonhos, como a produção de hortaliças e participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar por meio da Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon) – criada pelos assentados e habilitada a participar de chamadas públicas para ofertar produtos ao governo.
Produção - Hoje a família produz milho, arroz, feijão e outros itens para sobrevivência, para alimentar alguns poucos animais e comercialização. “Sem água é difícil a gente querer ter criação para vender ou até ter uma horta para a família”, relata a agricultora.
Poço - A realidade começou a mudar no lote da família Correa há poucas semanas, com a conclusão da perfuração de um poço semiartesiano, processo que contou com a participação e assessoria da cooperativa de crédito Sicredi União PR/SP e IDR-PR, para acessar financiamento pelo PRONAF.
Dignidade - Mais que ajudar a expandir a produção, a água representa dignidade para a família. “Antes, a gente tinha que puxar água distante mais de três quilômetros do nosso lote. Colocávamos mangueiras, mas todo dia tinha problema. A mangueira furava, escapava e muitas vezes a gente não tinha água nem para tomar banho”, relata dona Laurita.
Limitações - A engenheira agrônoma do IDR-PR Extensão Rural Cristina Célia Krawulski, que presta assistência técnica ao assentamento e elaborou o projeto técnico e plano de negócios da família Correa, explica que a produção em áreas secas acaba se limitando a culturas que não precisam de irrigação. ”Se não tem água, os assentados não podem se comprometer em entregar alimentos. Não dá para pensar em produzir hortaliças, por exemplo”, comenta.
Acesso a crédito - As famílias que vivem nesses lotes secos e distantes de rios e nascentes se viram como podem, observa a agrônoma. Mas, diante desse longo período de escassez hídrica, a demanda por poço semiartesiano aumentou bastante, diz ela, no entanto os assentados têm grande dificuldade para acessar crédito. “Eles só têm a posse da terra e não têm como colocá-la em garantia”, relata.
Desenvolvimento local - Laurita e muitos dos seus vizinhos não têm ou nunca tiveram contas em instituições financeiras. Este fator também dificultava a busca por financiamento. Com apoio da agrônoma Cristina Célia Krawulski, a família foi apresentada à cooperativa Sicredi União PR/SP, que deu início ao processo de inclusão da agricultora e o marido no sistema financeiro e na solicitação do financiamento.
Colaboração - A gerente Agro da agência Higienópolis, em Londrina, Francielly Araujo Pereira, foi a responsável por dar forma aos planos traçados pela família junto com a assistência técnica. “Fizemos todo o processo para a associada obter o financiamento e foi uma experiência emocionante porque, realmente, não são todas as instituições financeiras que se abrem aos pequenos produtores que não têm bens para colocar em garantia”, comenta a gerente.
Primeira conta - Porém, antes de ter acesso ao financiamento, Laurita Correa precisou abrir, pela primeira vez, uma conta em instituição financeira. “Nunca tinha tido uma conta e não gostava de mexer com banco. Mas com apoio que recebemos, fomos dando um passo de cada vez até o dia que nosso sonho foi realizado”, conta a agricultora, que enaltece também o apoio e encorajamento recebido das três filhas, todas moradoras do assentamento e que foram avalistas do financiamento. “Elas são muito animadas e têm esperanças, o que eu já tinha perdido”, conta ela. Segundo Cristina Célia Krawulski, com água no lote, a expectativa é que a renda bruta da família aumente em 20%.
Exemplo - A gerente Regional da Sicredi União PR/SP Carla Sonoda informa que outras famílias do assentamento que não possuem acesso fácil à água estão sendo atendidas e poderão, em breve, ter poço em seus lotes. “Um de nossos princípios é ajudar a desenvolver as localidades onde atuamos e este é um dos exemplos de como isso pode se dar”, comenta. O assentamento Eli Vive está localizado em Lerroville, distrito rural de Londrina e possui 501 lotes divididos em Eli Vive I (392 lotes) e Eli Vive II (109 lotes). (Imprensa Sicredi União)