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Cooperativas do Centro-Sul retomam Programa Juntos de Intercooperação

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Presidentes e gestores das cooperativas agropecuárias paranaenses Cooperante, Witmarsum, Cooperponta, Clac, Coopagrícola, Coacan e Coamig participaram, na tarde dessa quarta-feira (09/04), de um encontro online promovido pelo Sistema Ocepar que marcou a retomada do Programa Juntos de Intercooperação do Centro-Sul, criado com o objetivo prospectar novos negócios a partir da união entre cooperativas de médio e pequeno portes da região.

Por meio dessa iniciativa, foi lançado, em 2019, o suco de uva tinto integral fabricado com matéria-prima fornecida pelos cooperados da Cooperante e comercializado com a marca Witmarsum, numa aliança entre as duas cooperativas. 

Com o advento da pandemia, em 2020, as atividades do Programa foram interrompidas. “Depois de cinco anos, voltamos a reunir o grupo. Estava tudo bem-organizado, mas, devido à pandemia, não conseguimos avançar. Porém, sempre é tempo de discutir as oportunidades que a intercooperação pode proporcionar e pensar sobre o que podemos fazer juntos. Estamos aqui como facilitadores do processo e vamos apoiá-las para que os projetos se concretizem. Contem conosco naquilo que pudermos contribuir”, afirmou o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Paraná (Sescoop/PR), Leonardo Boesche, ao abrir a reunião.

“O projeto da Cooperante em parceria com a Witmarsum teve uma boa evolução e representa um resultado palpável. Da mesma forma, outras propostas podem ser implementadas e os caminhos devem ser demonstrados por vocês”, complementou Boesche.

Ele lembrou ainda que a intercooperação é o tema de um dos projetos do Plano Paraná Cooperativo 300 (PRC300), o planejamento de desenvolvimento sustentável do cooperativismo paranaense, que visa oferecer o suporte necessário às cooperativas para que elas tenham condições de prosperar em seus negócios e ofertar a melhor prestação de serviços aos cooperados.

O interesse das cooperativas em retomar o Programa Juntos foi demostrado num levantamento que a Gerência de Monitoramento e Consultoria do Sescoop/PR (GMC) fez entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. “Nós nos reunimos com cada uma para verificar as mudanças ocorridas desde 2020, o que está acontecendo de positivo, se gostariam de realizar compras de insumos e defensivos em conjunto, e se as cooperativas que atuam com leite se interessam em compartilhar negócios. Também apuramos o que fazem na entressafra, como estão em termos de tecnologia e agricultura de precisão, como está a conexão nas áreas rurais e como compram os equipamentos de TI”, explicou a auditora interna do Sescoop/PR, Daniele Radulski Reginatto, que fez a apresentação inicial da GMC.

Na sequência, os participantes do encontro fizeram uma apresentação institucional das cooperativas, com dados gerais e as atividades que desenvolvem, além de apontar as possibilidades de novas relações comerciais que podem ser estabelecidas com outras cooperativas. Todos demonstraram otimismo em relação à perspectiva de estabelecer parcerias em diferentes segmentos, com a volta das conversações entre elas.  “Esperamos dar continuidade às ações. Sairemos mais fortalecidos a partir desse projeto de intercooperação”, disse diretor administrativo-financeiro da Clac, Alberi Godoi.

Edson Luiz Pereira da Silva, gerente comercial da Coacan, vê oportunidade de venda das rações que a cooperativa produz para as demais cooperativas. “Também podemos realizar compra conjunta de insumos e de matéria-prima para a indústria. O maior desafio é inserir os colaboradores nesse processo”, afirmou.

Já Osmar Hauagge, presidente da Coamig, disse: “Nossa expectativa é realizar parcerias comerciais. Temos que procurar alternativas e esperamos que a Ocepar nos conduza nesse processo.”

“Que possamos fazer negócios juntos, a partir de pontos que temos convergência. Se conseguirmos negociar em volume itens como soja, insumos agrícolas, entre outros, será muito positivo”, destacou Rafael Wollmann, diretor de operações da Witmarsum. Ele acredita que há ainda possibilidade de trabalhar em conjunto em rotas logísticas, aquisições de produtos que uma cooperativa produz e outra não, ao invés de comprá-los de outras empresas, entre outras opções.

“A intercooperação está no DNA da cooperativa, que tem que interagir com o cooperado. Temos que buscar as melhores oportunidades de mercado, com maior rentabilidade, para os cooperados. Vejo com bons olhos esta iniciativa e esperamos estar juntos para crescer”, frisou Jorge Vanat, gerente administrativo da Cooperponta.

“Precisamos encontrar maneiras de atuar em conjunto para ganhar escala”, pontuou Prentice Balthazar, gerente corporativo da Coopagrícola. Em sua avaliação, é possível estabelecer parcerias nos segmentos de ração, feijão, aquisição de insumos e defensivos, logística, entre outros. 

“Temos bastante sinergia e acredito que poderemos avançar em vários pontos pois há possibilidade de complementariedade entre as atividades das cooperativas”, disse o presidente da Cooperante, Guilherme Grein.

Próximos passos

A próxima reunião do Programa Juntos de Intercooperação do Centro-Sul será promovida presencialmente, em data, horário e local a serem definidos, de acordo com sugestões apresentadas pelas cooperativas. Os participantes pretendem realizar sessões de negociações, a partir da troca de informações ocorrida no encontro dessa quarta-feira. "Temos muito o que fazer pela frente. Foram apresentadas indicações de diversas ações que podem ser realizadas em conjunto. É a retomada de um trabalho que poderá gerar mais frutos futuramente", disse o coordenador de Consultoria da GMC, Emerson Barcik, no encerramento.

Sobre o Programa Juntos

O Programa Juntos é originário de um projeto elaborado por profissionais do Sistema Ocepar, em 2018, durante o Curso de Alta Performance, promovido com apoio do Sescoop/PR. A equipe realizou visitas técnicas, reuniões e workshops com dirigentes e gestores das cooperativas da região Centro-Sul, para aproximar, conhecer as diferentes realidades e incentivar parcerias comerciais entre elas.

 

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