Austrália quer união com Brasil contra subsídio ao leite
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Bons olhos - O setor privado brasileiro vê a iniciativa australiana com bons olhos. "É conveni-ente para o Brasil fazer parte desse grupo", acredita Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA). "Com o aumento das exportações, poderemos escoar o excedente da produção na safra e estabilizar o preço pago ao produtor", diz Vicente Nogueira, da Confederação Brasileira de Cooperativas de Latícinios (CBCL). Segundo a Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica (OECD), o leite é o setor agrícola que mais conta com apoio governamental. Os subsídios globais ao produto somaram US$ 39,4 bilhões em 2001.
Nova Zelândia - O comércio mundial de lácteos movimenta US$ 26 bilhões por ano. A Nova Zelândia é o maior exportador com 34% do mercado, seguida da União Européia com 31% e da Austrália com 15%. São os dois países que mais ganhariam com a redução das ajudas governamentais. Pelas con-tas do setor privado australiano, esse mercado cresceria 10% ao ano caso fossem cortados metade dos subsídios atuais e duplicadas as cotas concedidas por Estados Unidos e Europa. Além disso, os preços obtidos por Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Uruguai também aumentariam de 8% a 10%.
Potencial - Embora o Brasil não seja um importante exportador, a Austrália considera crucial o apoio do país. "Com Brasil, Argentina e Uruguai, teríamos praticamente o Mercosul ao nosso lado", diz Petit. A Austrália pretende conquistar também o aval a Índia, maior produtor de leite do mundo. Para o executivo australiano, o Brasil tem potencial para se tornar um grande exportador, graças a sua base pro-dutiva. Em 2001, as exportações brasileiras de produtos lácteos atingiram US$ 25 milhões, alta de 87,3% ante os US$ 13,3 milhões obtidos em 2000, conforme a Secex. De janeiro a agosto desse ano, os embar-ques chegaram a US$ 26,9 milhões.