Webinar debate a participação do cooperativismo na COP30
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Cerca de 100 pessoas participaram do webinar “Cooperativismo e COP30: construindo a imagem que queremos mostrar”, promovido pela Gerência de Desenvolvimento Técnico (Getec) do Sistema Ocepar por videoconferência, na sexta-feira (26/09). A programação apresentou as ações do cooperativismo pela sustentabilidade e debateu como as cooperativas podem valorizar o que já fazem e fortalecer a presença do setor na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro.
Na abertura, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, disse que a COP30 vai chamar a atenção de todo o mundo para o cooperativismo. “Estamos integrados com a OCB e outras entidades que integram esse esforço de fazer do evento o melhor possível”, disse. Ricken destacou, entre as ações do Sistema Ocepar no setor, a parceria com o governo estadual para aumentar o número de homologações do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “A homologação seria um primeiro passo para certificação das propriedades. Não basta fazer correto, temos que demonstrar, e a COP30 será uma oportunidade de mostrar o que o país já faz na questão ambiental”, avaliou.
O diretor e secretário geral da Ocepar, coordenador do Ramo Agro junto ao Sistema OCB, Luiz Roberto Baggio, também participou do evento. “Não somos menos importantes em termos ambientais do que qualquer outro país. Muitas vezes somos vistos como vilões, mas já temos muitas ações”, reforçou.
Participação do cooperativismo
A Organização das Cooperativas Brasileiras apresentou, no webinar, a estrutura da COP30 e os espaços destinados às cooperativas brasileiras. A entidade abriu, há cerca de um mês, um processo seletivo para as cooperativas que desejam apresentar cases de sucesso na área ambiental, e recebeu 96 inscrições. O cooperativismo ocupará um espaço expositivo junto à Embrapa, e terá participação em painéis ao longo da programação, além de encontros institucionais.
Segundo a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, os trabalhos preparatórios para a COP30 começaram muito antes, com ações como imersões-pré COP, diálogo com governos e corpos diplomáticos, comunidade cientifica, terceiro setor, formadores de opinião e sociedade. A organização também publicou, em março deste ano, o Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, com destaque para o papel fundamental das cooperativas na agenda climática global.
A gerente-geral disse que o tema é estratégico e tem ainda mais relevância nesse momento em que se celebra o Ano Internacional das Cooperativas, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU). “As mudanças climáticas estão aí, e isso ameaça nossa produtividade. No contexto da COP30, o cooperativismo pode mostrar que é parte essencial das soluções para a questão climática. É importante ocuparmos esses espaços de diálogo e decisão”.
O coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, apresentou os seis eixos temáticos da COP30: energia, indústria e transporte; florestas, oceanos e biodiversidade; agricultura e sistemas alimentares; cidades, infraestrutura e água; desenvolvimento humano e social e questões transversais (como financiamento climático, tecnologia e capacitação). “Trata-se de um evento que ajuda a definir acordos para frear as mudanças climáticas. É o momento de pensar a conferência como uma vitrine, para reforçar a ideia de que as cooperativas constroem um mundo melhor”, disse.
Exemplos do Paraná
A analista técnica da Getec Bruna Mayer citou exemplos de ações já realizadas por cooperativas no estado, alinhadas às diretrizes da OCB e às discussões propostas pela COP30, como áreas de reflorestamento, uso de energias renováveis, financiamento climático, incentivo às boas práticas no campo e apoio a projetos de educação ambiental. “As cooperativas paranaenses têm esse compromisso há muitos anos, um conjunto de ações que mostra que é possível conciliar a produtividade e a responsabilidade ambiental”.
Além disso, o Sistema Ocepar, por meio do PRC300, que traz como um dos pilares a sustentabilidade, já busca dar visibilidade às ações ambientais das cooperativas e promove ações para disseminar as boas práticas. Entre os exemplos estão a realização da Semana do Meio Ambiente; a edição de junho da Revista Paraná Cooperativo, que divulgou cases das cooperativas no setor ambiental; a participação no Selo Clima Paraná, programa do governo estadual que reconhece as boas práticas ESG desenvolvidas pelas organizações paranaenses; e o programa de certificação das propriedades.