Dia Nacional do Plantio Direto celebra a sustentabilidade e o pioneirismo brasileiro
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O Dia Nacional do Plantio Direto, comemorado nesta quinta-feira (23/10), foi instituído pela Lei nº 14.609/23. A data tem como objetivo valorizar o Sistema Plantio Direto (SPD), uma prática agrícola que alia conservação do solo e sustentabilidade ambiental. O método, que revolucionou a agricultura brasileira, é baseado em três pilares fundamentais: ausência de revolvimento do solo, cobertura permanente com palhada e rotação de culturas.
Paraná é o berço do plantio direto no Brasil
O Paraná é reconhecido como o estado pioneiro na adoção do Sistema Plantio Direto. A técnica teve início em 1972 e, dois anos depois, o município de Mauá da Serra registrou o primeiro plantio direto no país. Entre as décadas de 1980 e 1990, a área plantada com SPD no estado cresceu 3,5 vezes, consolidando o Paraná como líder na prática. Atualmente, cerca de 90% das áreas de culturas de verão no estado utilizam o sistema, que trouxe benefícios como a redução da erosão, economia de recursos e aumento da produtividade.
Encontros comemorativos
Em 2026, Brasília será palco de dois grandes eventos que reforçam a importância do SPD: o 20º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e o 3º Encontro Mundial do Sistema Plantio Direto, tendo a Embrapa como copromotora.
Com o tema “Sistema Plantio Direto: base para a Agricultura Regenerativa”, os encontros ocorrerão de 7 a 9 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com expectativa de reunir mais de 1.200 participantes, entre produtores, técnicos, pesquisadores e autoridades.
A Embrapa terá papel fundamental na disseminação de conhecimentos científicos e tecnológicos acumulados ao longo de mais de cinco décadas. “Já estão disponíveis para o produtor rural tecnologias voltadas à promoção da cobertura permanente do solo, por meio da rotação e sucessão de culturas e do não revolvimento do solo”, aponta o assessor da Presidência da Embrapa Cerrados, Luiz Adriano Maia Cordeiro.
Ele ressalta que o SPD aumenta a produtividade em até 30% e, em anos de seca, pode dobrar a produção em comparação ao sistema convencional.
Benefícios técnicos e econômicos
Cordeiro lembra que a prática foi inicialmente desenvolvida para controlar a erosão, mas evoluiu para um sistema sustentável completo. “Sabe-se que se trata de um sistema que promove outros benefícios como: melhoria da qualidade do solo; maior infiltração e retenção de água; redução de operações e economia de combustíveis”, detalhou. “As práticas conservacionistas já são uma realidade no Brasil e são essenciais para a viabilidade econômica do setor. O desafio agora é ampliar a produtividade com sustentabilidade”, reforça Cordeiro.
Caminho para o futuro
Jônadan Ma, presidente da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto (FEBRAPDP), promotora do 3º Encontro Mundial do Sistema Plantio Direto, enfatizou o simbolismo do encontro. “A agricultura regenerativa é o caminho para o futuro, e este é o momento de falar ainda mais sobre isso. A cobrança mundial sobre o Brasil vai aumentar, e reunir especialistas e representações do setor será crucial para consolidar práticas sustentáveis no agro”, afirma.
Dados da FEBRAPDP indicam que o Sistema Plantio Direto é utilizado em mais de 33 milhões de hectares da área cultivada no Brasil. “A intenção é incentivar a ampliação dessa realidade”, comenta o presidente. (Assessoria de Imprensa Cocari, com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa)