Cooperativismo celebra boas práticas ambientais durante o 2º EPMAIS
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Tendências, oportunidades e desafios relacionados ao meio ambiente industrial foram temas de debates no 2º Encontro Paranaense de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (EPMAIS). promovido pelo Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fiep e correalizado pelo Sistema Ocepar.
O evento, que acontece nesta terça-feira (02/12), no auditório da Fiep, em Curitiba, reúne empresários, sindicatos industriais, especialistas e poder público para palestras e painéis de discussão que proporcionam uma visão abrangente das melhores práticas de gestão ambiental da indústria.
Entre os destaques da programação, às 19 horas, está a cerimônia de outorga do Selo Clima Paraná, que neste ano reconhecerá mais de 300 organizações por suas práticas ESG e avanços em gestão de emissões, entre elas, o Sistema Ocepar.
O Selo Clima Paraná é o Registro Público Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa, previsto na Política Estadual de Mudanças Climáticas, estabelecida pela Lei Estadual nº 17.133/2012 e disciplinada pela Resolução nº 54/2025, cujo objetivo é reconhecer as boas práticas ESG desenvolvidas pelas organizações paranaenses, bem como acompanhar os resultados do monitoramento e medidas de mitigação de gases de efeito estufa.
O coordenador do Conselho Temático de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Fiep, Nilo Cini, disse que o Encontro representa um passo relevante da indústria paranaense na construção de um futuro sustentável e inovador. Simboliza o compromisso do setor produtivo com uma agenda alinhada à sustentabilidade.
“O EPMAIS se tornou um espaço essencial para que a indústria paranaense avance de forma integrada na agenda ambiental, compartilhe boas práticas e construa soluções que respondam aos desafios climáticos e regulatórios do país. São desafios e oportunidades de transformação".
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou que as agroindústrias das cooperativas já mantêm práticas sustentáveis.
Ele também comentou sua participação na COP30, inclusive em um painel sobre produção sustentável de grãos e fibras. "O Brasil não deve nada em relação a outros países. O que falta para nós é demonstrar, certificar. Nós temos que aprender a mostrar ao mundo que não crescemos em área, crescemos em produção", disse.
Ricken citou o esforço recente do Sistema Ocepar em estimular a certificação de propriedades. O governo estadual chegou a criar uma superintendência especial, a Superintendência de Ordenamento Territorial, para agilizar a homologação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) nas propriedades do Paraná.
Com o cadastro homologado, é possível fazer plano de certificação das atividades produtivas. "Estamos em 152 países com nossos produtos. Podemos demonstrar na prática que temos sustentabilidade. Isso vai beneficiar 157 agroindústrias que as cooperativas têm no Paraná", destacou o presidente.
O diretor de políticas ambientais da Sedest, Rafael Andriguetto, enalteceu a sinergia entre o poder público e a iniciativa privada por ações sustentáveis. "Mais que pro nosso dia a dia, esse tema é importante para o nosso mercado. As práticas de sustentabilidade são itens básicos de um processo industrial", disse.
Exemplos práticos
A programação também permite às indústrias paranaenses compartilharem suas experiências e estratégias de sucesso.
Após a abertura, o Painel de Líderes discutiu o papel das empresas na transformação do setor industrial, abordando a implementação de ações ESG, os desafios enfrentados e as oportunidades geradas pela sustentabilidade.
O debate mostrou como as indústrias estão integrando práticas sustentáveis em suas operações, promovendo mudanças estruturais para um futuro mais verde e alinhado às demandas do mercado global.
Participaram Francisco Razzolini, da Klabin, Pedro Prádanos, Ceo da Veolia Brasil e Rodrigo Lass, representando a Cooperativa Agrária Agroindustrial.
Em sua apresentação, Lass defendeu que a sustentabilidade é um valor fundamental da Agrária e apresentou projetos e parcerias relacionados ao tema na cooperativa, como certificação focada no mercado internacional, produção sustentável de commodities e o Programa Agrária de Gestão Rural - Código de Práticas de Agricultura Sustentável.
A Agrária tem área própria de reflorestamento, produção de biomassa, e uma usina hidroelétrica. De acordo com ele, cerca de 89% da área arável da cooperativa é sustentável (dados de 2024). "Queremos que, quando pensarem em sustentabilidade, pensem na Agrária", disse.
Sustentabilidade em foco e agenda climática
No período da tarde, o painel sobre mudanças climáticas reunirá especialistas nacionais para avaliar as estratégias de mitigação, adaptação e discussões do tema. A mesa também destacará a recuperação da indústria gaúcha após as enchentes de 2025, apresentando lições de resiliência e prevenção.
Entre os painelistas, além de Lass, estão representantes de cooperativas paranaenses: Márcia Pessini (Lar) e Guilherme Daniel (C.Vale), como moderador. O coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, também participa do Encontro.