CRÉDITO DE CARBONO: Sadia fecha primeiro contrato de venda

A Sadia foi a primeira empresa brasileira do setor de alimentos a realizar a venda de créditos de carbono. A assinatura do contrato, que envolveu o Instituto Sadia de Sustentabilidade, foi feita ontem (dia 25) em Brasília pela empresa e o European Carbon Fund (ECF), um fundo controlado pelo banco francês Caisse des Dépôts e o belga-alemão Fortis Bank. De acordo com Gilberto Xandó, diretor superintendente do Instituto Sadia de Sustentabilidade, a empresa fornecerá créditos referentes ao seqüestro de 2,7 milhões de toneladas de carbono durante dez anos, contados a partir de 2005. O negócio está estimado em R$ 80 milhões a R$ 90 milhões. Segundo Xandó, a Sadia já negocia a venda de créditos com outras empresas.

Expectativa - A expectativa da empresa é comercializar créditos referentes ao seqüestro de 15 milhões de toneladas de carbono num prazo de dez anos. Há dois anos, a Sadia instalou biodigestores em três granjas de suínos que tem em Santa Catarina e no Paraná. Juntas, as três captarão 242 mil toneladas de carbono em dez anos. A empresa também pediu a validação de projetos em outras 24 granjas de suínos próprias e iniciou a implantação de biodigestores em granjas de integrados. Parte dos 2,7 milhões de toneladas de créditos vendidos refere-se ao seqüestro de carbono nas unidades de integrados.

Adesão dos integrados - "Acreditávamos que teríamos 50% de adesão dos integrados. Mas até agora temos 92% de integrados aderindo ao projeto", disse Xandó. A implantação do sistema nas granjas dos 3,5 mil integrados permitirá chegar às 15 milhões de toneladas de carbono. A empresa recebeu R$ 60 milhões do BNDES em 2005 para investir na implantação de biodigestores. A expectativa é incluir mil propriedades de integrados este ano e chegar às 3,5 mil até 2009. A receita da venda dos créditos será revertida para projetos nas áreas ambiental, de geração de energia e obras de infra-estrutura nas fazendas dos integrados. (Valor Econômico).