Conferência da Mata Atlântica termina com compromissos ambientais

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mata atlantica 22 08 2025FOTO: Geraldo Bubniak / AENA Conferência da Mata Atlântica foi concluída nessa quinta-feira (21/08) com uma mensagem verde. O documento final do evento, consolidado ao longo dos três dias, no Salão de Atos do Parque Barigui, na Capital, contém um conjunto de sugestões elaboradas pelas autoridades para reforçar ações relacionadas a atuação climática do Brasil. As propostas serão apresentadas durante 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém, no Pará.

“Queremos oferecer a contribuição do bioma Mata Atlântica para a discussão sobre a natureza que será feita na Conferência de Belém. É muito importante que o Brasil e o resto do mundo prestem atenção no fato de que não temos outro planeta, e que apenas a riqueza das ideias faz valer e há de proteger a riqueza da natureza”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Rafael Greca.

Organizada pelo Governo do Paraná, a Conferência da Mata Atlântica contou com a participação de representantes do Consórcio Brasil Verde, da Prefeitura de Curitiba e de lideranças ambientais e sociais. O evento foi iniciado na última terça-feira (19/08) como parte da agenda do 13° Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).

No documento, as sugestões estão dispostas em oito tópicos principais: Cooperação Multinível, Governança Climática, Conservação da Biodiversidade, Agricultura Sustentável e Soluções Baseadas na Natureza, Mitigação das Emissões de Carbono, Adaptação a Eventos Climáticos Extremos, Financiamento e Justiça Climática. O conteúdo final ainda será consolidado por técnicos da Sedest.

As metas vão envolver, por exemplo, restauração de ecossistemas degradados, ampliação da conectividade ecológica, valorização de espécies nativas (flora e fauna) em programas de produção, educação e cultura; promoção do turismo de natureza e economia restaurativa; expansão da descarbonização da indústria; fortalecimento das Defesa Civis, entre outros.

“Esse encontro foi um grande fórum, em que pudemos ouvir e falar sobre um tema tão relevante e urgente, que é a sustentabilidade como agente de mitigação das mudanças climáticas. Surgiram ideias e propósitos que terão impacto no Paraná e serão levados ao restante do País, na COP em Belém”, afirmou Greca. 

ESG

O secretário participou, ao lado jornalista especializada em Sustentabilidade, Rosana Jatobá, da palestra “O Futuro dos Negócios é Sustentável: Como o ESG Redefine o Sucesso Corporativo”. Durante o painel, foram destacados os benefícios para empresas e municípios da aplicação da agenda ESG, grupo de atividades que reúne políticas ambientais, de responsabilidade social e de governança com o objetivo de combater as mudanças climáticas.

“A ESG é a correção ambiental, a sustentabilidade e a governança com eficiência. São medidas como a economia circular que é aplicada no Parque Barigui, com o reaproveitamento de resíduos. E isso não vale apenas para os órgãos governamentais, qualquer pessoa que recicla o lixo, que cuida de sementes ou que produz natureza está praticando o ESG”, apontou Greca.

“As inovações proporcionadas pelas soluções do ESG são o que o mundo precisa, e o Brasil se destaca nesse campo, principalmente pelo papel que possui na geração de energia renovável. É por isso também que eventos como a COP30 e a Conferência da Mata Atlântica são tão importantes, pois chamam toda a comunidade para se engajar nessa luta e mostrar que o Brasil pode ser o grande protagonista na transição para uma economia de baixo carbono”, acrescentou Rosana. 

Conferência

A programação da Conferência da Mata Atlântica contou com diversos painéis sobre uma série de temáticas ambientais. O Paraná marcou presença na agenda destacando ações do Estado que podem ser replicadas em outros pontos do País e promovendo a política de créditos de biodiversidade, adotada pelo Estado de forma pioneira entre os governos subnacionais. 

Mata Atlântica

O bioma abrange 17 estados brasileiros, correspondendo a 15% do território nacional. Atualmente vivem na Mata Atlântica 72% dos brasileiros, concentrando 70% do PIB nacional.

O Paraná lidera os projetos relacionados à região geográfica no âmbito do Consórcio Brasil Verde, iniciativa dos governos estaduais para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e reduzir a emissão de carbono no País. O Estado é responsável pela coordenação dos projetos voltados ao bioma desde 2023.

Com 99% do seu território inserido na Mata Atlântica, o Paraná conta com uma das maiores áreas remanescentes de floresta no País – são mais de 2,3 milhões de hectares preservados. Além disso, foi considerado o mais sustentável do Brasil pelo Ranking de Competitividade dos Estados por quatro vezes consecutivas.

Em 2023, o Cosud formalizou um protocolo de intenções chamado de “Tratado da Mata Atlântica”, visando a união de esforços para a preservação, conservação e a utilização racional dos recursos naturais do bioma, mediante a adoção de ações conjuntas e coordenadas para promover o desenvolvimento harmônico e o alcance de resultados mutuamente proveitosos.

Entre os objetivos do protocolo estão o planejamento integrado de corredores ecológicos regionais, com foco na gestão territorial, por meio do compartilhamento de experiências entre os estados e da adoção integrada de instrumentos e estratégias de monitoramento; de fomento à restauração e conservação de ecossistemas e paisagens e da bioeconomia.

Visa também a integração de estratégias, tecnologias, metodologias, dados e informações geoespaciais para aumentar a eficiência na fiscalização ambiental e combater o desmatamento ilegal. (Agência Estadual de Notícias)

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