VAREJO I: Cooperativas imprimem suas marcas

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É cada vez mais comum encontrar produtos de cooperativas nas gôndolas dos mercados. E a variedade aumenta no mesmo ritmo: carnes, margarina, óleo de cozinha, sucos, iogurtes, leite, entre outros. Assim, além de promover desenvolvimento econômico e social, o sistema de cooperativismo se consolida como fornecedor de produtos industrializados para o varejo.

Opção - As cooperativas viram neste segmento uma forma de transpor as barreiras que a limitação geográfica impõe para a atividade. Outra vantagem foi agregar valor aos produtos repassados pelos cooperados. ''Quando se industrializa, você fica menos exposto a problemas climáticos que a agricultura vive. Você consegue investir em outras linhas e não derruba seu volume de negócios. O mercado tem uma constância de vendas, que dá estabilidade de faturamento'', garantiu o superintendente de Negócios da Cooperativa de Cafeicultores de Maringá (Cocamar), José Cícero Aberaldo.

Cocamar - A Cocamar tem 85 produtos no varejo espalhados pelos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e em dez países. A linha de óleo de cozinha está entre as cinco marcas mais vendidas do Brasil e as bebidas de soja e de néctar de fruta estão entre as quatro mais consumidas no Sul do País. A cooperativa teve faturamento de R$ 2,01 bilhões em 2011 e o varejo representou R$ 530 milhões. Para os próximos anos, a Cocamar projeta crescimento expressivo do varejo. ''Nossa meta é crescer numa taxa superior a 10% até 2015. O objetivo é alcançar R$ 1 bilhão de faturamento só com o varejo'', adiantou Aberaldo.

Mercado sem limites - A Cooperativa Agroindustrial Coamo tem 60 produtos alimentícios no varejo que, juntos, representaram R$ 600 milhões em faturamento no ano passado. Os óleos refinados da marca são os mais comercializados no Sul.

Prêmios - E o segmento tem garantido até prêmios à cooperativa. Só neste ano foram três da Associação Brasileira de Supermercados. ''É a prova que nossos alimentos têm boa aceitação no mercado'', valorizou o presidente José Aroldo Galassini. Ele afirma que tudo o que é produzido é comercializado. ''Às vezes temos dificuldade de atendimento, os pedidos superam a nossa produção. (O varejo) não tem limite'', completou entusiasmado.

Novos investimentos - Diante deste cenário, a Coamo pretende investir R$ 80 milhões na construção de duas novas fábricas. O novo moinho irá produzir 500 toneladas/dia de produtos derivados de trigo. A outra indústria deverá dobrar a produção de gordura vegetal e alcançar 200 toneladas/dia. No ano passado, a Coamo teve faturamento de R$ 5,9 bilhões. Pela cooperativa passam anualmente 3,3% de toda a produção agrícola do País.

Valor agregado - ''Hoje, um saco de soja vale R$ 60, o de milho R$ 24, somados dão R$ 84. Agregar valor significa colocar esses produtos em granjas, por exemplo, como forma de ração de frango. Esses 120 quilos de grãos se transformam em R$ 420. Agregamos quase cinco vezes o valor dos produtos operacionalizando toda a cadeia produtiva'', exemplificou o presidente da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, Dilvo Grolli.

Coopavel - A Coopavel encontrou no varejo uma forma de sanar as contas e afastar a crise financeira que atormentou a empresa nas décadas de 1980 e 1990. A cooperativa focou linha de carnes (frango, súina e bovina) e laticínio. E deu resultado. Hoje, possui parque industrial composto por 11 unidades, com capacidade diária para abater mais de 220 mil animais.

Aumento no faturamento - A Coopavel obteve faturamento de R$ 1,246 bilhão em 2011. O varejo representou 28% do total. São cem produtos nos mercados de dez estados brasileiros e que chegam a mesa de consumidores em trinta países do exterior. ''Nós passamos de um faturamento de R$ 116 milhões para R$ 1,246 bilhão. Aumentamos o faturamento em 11 vezes em 17 anos. Sem o varejo não teríamos isso'', afirmou Grolli. A cooperativa projeta nova reestruturação no parque industrial que deve proporcionar crescimento de 30% no varejo até 2015. (Folha de Londrina)

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