UE REFORMA SUA POLÍTICA AGRÍCOLA
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Começaram ontem (10) as discussões para a reforma da política agrícola da União Européia (UE) e devem se prolongar até 2006. O projeto aprovado ontem pelos 19 integrantes da Comissão Européia, braço executivo da UE, fez uma mudança radical ao desvincular a ajuda direta da produção, reorientando a Política Agrícola Comum (PAC) de quantidade para qualidade. Agora começa a se discutir o que realmente é importante nos 15 países-membros. A França, principal beneficiária da política agrícola, deu o tom contra, com o presidente Jacques Chirac ameaçando com o direito de veto. Na segunda-feira a proposta será examinada pelos ministros de agricultura europeus. "O que acaba de sair não é a reforma da PAC, mas sim a proposta maximalista dos burocratas de Bruxelas", diz o professor Marcos Jank, da Universidade de São Paulo. "A comissão está dizendo como vê a PAC depois de 2006. Mas nos EUA a administração também quis uma reforma importante da política agrícola e foi vencida pelos grupos protecionistas num Congresso altamente dividido."
Repercussão no Brasil ? A reforma da Política Agrícola européia é considerada um fato positivo por lideranças do setor agropecuário brasileiro, embora não acreditem em mudanças profundas. Pedro de Camargo, titular da Secretaria de Produção e Comercialização (SPC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, afirma que "a grande mudança não é o total de recursos aplicados, mas a forma de aplicação". Ele acredita que ao desvincular a concessão de subsídios do total da produção, o agricultor europeu poderá plantar menos, sem utilizar a tecnologia tão intensiva, dentro de uma linha mais "ecológica e natural". Por outro lado, o chefe do departamento econômico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Getúlio Pernambuco, teme que as mudanças representem só uma "maquiagem" no sistema de subsídios, mantendo os mesmos recursos concedidos no apoio à agricultura. (Fonte: Gazeta Mercantil)