TRIGO: Momento é bom para a triticultura do Brasil
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A safra 2007/08 de trigo deve oscilar entre 3,8 milhões de toneladas e 4 milhões de toneladas, um bom crescimento em relação à safra anterior que, por problemas de geadas e seca no Paraná e Rio Grande do Sul, principais produtores nacionais, foi de 2,2 milhões de toneladas. A avaliação é da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, que esteve reunida na quinta-feira (30/08), em Esteio (RS), com o objetivo de analisar a conjuntura do mercado de trigo e discutir medidas governamentais de apoio à comercialização.
Preços - Segundo o analista econômico do Sistema Ocepar Flávio Turra, que representou a Ocepar na reunião, os preços estão elevados no mercado internacional, em função da diminuição da oferta. “Atualmente, a relação estoque final e consumo está em 18%, o que para o mercado é um sinal de bons preços. No ano passado, essa relação foi de 20%, sendo que o pico foi registrado em 2002, quando o percentual registrado foi de 27,4%”, lembra Turra.
Patamar até novembro – Paraná e Rio Grande do Sul devem produzir na safra 2007/08, respectivamente, 1,9 milhões de toneladas e 1,6 milhões de toneladas de trigo. “No Paraná, 10% da safra já está colhida, e os preços estão variando entre R$ 620,00 a 630, 00 a toneladas, ou seja, R$ 37,00 a saca, preço semelhante à soja”, conta o analista do Sistema Ocepar. Os preços devem se manter num bom patamar para o produtor ao menos até novembro, mês que inicia colheita da safra argentina e do Rio Grande do Sul. “No entanto, espera-se uma recuperação em fevereiro do ano seguinte”, explica Flávio Turra.
Preocupação – Entre os assuntos discutidos durante a reunião da Câmara Técnica e que despertam preocupação dos produtores brasileiros, está a não liberação dos registros de importação de trigo em grão pelo governo da Argentina. “O assunto merece atenção porque o Brasil é dependente do trigo argentino, já que o consumo interno é bastante superior em relação à produção nacional”, explica Turra. Enquanto a produção está estimada em 3,8 milhões de toneladas, o consumo brasileiro de trigo gira em torno de 10,5 milhões de toneladas.
Farinha de trigo – Para compensar a paralisação das exportações do grão, o governo argentino tem apostado na comercialização de farinha de trigo, estratégia que não agrada aos produtores e indústrias do Brasil que não conseguem competir com o produto importado. “A Argentina concede incentivos na origem, fazendo com que o produto chegue mais barato ao País”, explica. Para tentar reverter essa situação, completa o analista, a Câmara irá elaborar um documento cobrando do governo brasileiro ações contra a política de exportação de farinha de trigo da Argentina.