TRIGO II: Triticultura do PR tenta reverter corte no preço mínimo
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Entidades de representação dos produtores de trigo, como a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), estão mobilizando deputados da bancada ruralista do estado para reivindicar ao governo federal a revogação da medida que reduz em 10% o preço mínimo do produto. Segundo o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, a ideia é organizar um pedido conjunto solicitando uma audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na próxima semana.
Portaria - Por meio da sua assessoria, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a portaria que regulamenta a alteração foi assinada pelo ministro Wagner Rossi nesta quarta-feira (30/06) e deve ser publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (01/06). Com a edição da portaria, os preços vigoram a partir desta data. Os valores variam de R$ 19,20, o trigo brando tipo 3, a R$ 29,97, o trigo melhorador tipo 1. A revisão dos valores de garantia do cereal foi anunciada por Rossi na semana passada, quando 87% da safra paranaense de trigo já estavam plantados.
Novo voto - O setor produtivo quer que o assunto seja submetido a um novo voto no Conselho Monetário Nacional (CMN) e que os preços fixados para a safra 2009/10, encerrada nesta quarta-feira (30/06), sejam mantidos para o ciclo 2010/11. Os triticultores questionam a legalidade da alteração, argumentando que a revisão acontece fora do prazo estipulado pela legislação que instituiu as normas para a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Absurdo - Nesta quarta-feira, o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes lamentou a medida. "Foi uma decisão duplamente inédita, pela redução dos valores e por acontecer durante a safra. Temos que agir para evitar que se abra esse precedente. Foi uma decisão absurda e um erro muito grande do CMN, possivelmente sob pressão da área econômica", disse. Na sua avaliação, o trigo é uma questão de segurança alimentar e o governo deveria incentivar a produção. Durante sua gestão, tentou ampliar a produção em 25%. Para isso, o preço mínimo foi elevado em 20%. O ideal, defende Stephanes, seria produzir pelo menos 70% do que o Brasil consome. (Gazeta do Povo)