TRIGO: Estoques elevados limitam reajustes do cereal no Brasil

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As cotações do trigo no mercado brasileiro estão reagindo de forma lenta - em algumas regiões não chega a haver mudança - às altas expressivas dos preços internacionais. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, no Brasil, há oferta suficiente para atendimento da demanda de curto prazo e a colheita está se aproximando nas regiões paranaenses, maior estado produtor de trigo no País.

Bolsas - Nas bolsas internacionais de referência dessa commodity, de fato, os preços tiveram fortes altas devido ao clima seco na Europa, Canadá, Austrália e, principalmente, na Rússia. Em relação ao último dia de junho, quando as cotações em bolsas internacionais começaram a reagir, o primeiro vencimento (contrato futuro) na CME/CBOT acumulou alta de 49,5% até essa quarta-feira (12/08).

Níveis históricos - Apesar da estimativa de quebra de safra em grandes países produtores, pesquisadores do Cepea lembram que os estoques mundiais de passagem continuam nos maiores níveis históricos, o que manteve os preços em baixa durante todo o primeiro semestre de 2010. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques de passagem da safra 2009/10 foram de 193 milhões de toneladas, um recorde. "As estimativas de agosto para a safra 2010/11, divulgadas nesta quinta-feira (12/08), apontam que a menor oferta e o maior consumo reduzirão os estoques, mas ainda devem ser de 174,76 milhões de toneladas, um dos maiores do histórico", comenta o professor da Esalq/USP Lucilio Rogerio Alves, responsável pelas pesquisas sobre grãos no Cepea.

Oscilações - Na última semana, as cotações futuras do trigo nas duas principais Bolsas norte-americanas para essa commodity (Kansas e Chicago) oscilaram expressivamente, chegando a atingir os maiores valores dos últimos anos, mas voltaram a cair na sexta-feira, mantendo essa tendência no começo desta semana. As altas estiveram relacionadas às condições climáticas desfavoráveis na Rússia, enquanto as baixas foram justificadas pela realização de lucro e também citações sobre os altos estoques.

Mercado interno - Enquanto isso, no Brasil as variações de preços seguem pequenas, conforme pesquisas do Cepea. Alguns números podem ajudar neste entendimento. De acordo com a Conab, o consumo interno é estimado em 10,2 milhões de toneladas nas safras 2009/10 e 2010/11, considerando o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Desse total, pouco mais de 5 milhões são produzidos internamente e a outra metade é importada - principalmente da Argentina. (Cepea)

Clique aqui e confira a íntegra do levantamento do Cepea

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