TRIGO: ENTIDADES DEFENDEM PREÇO MÍNIMO DE R$ 296,00

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O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski participou nesta terça-feira (19), em Brasília, de uma reunião entre os demais representantes da cadeia produtiva do trigo e o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, onde foram discutidas medidas de apoio à produção e a comercialização da próxima safra. Participaram também desta reunião o presidente da Faep, Ágide Meneguette, o ex-secretário da Agricultura do Estado do Paraná e hoje assessor da Federação da Agricultura, Antonio Leonel Poloni, Carlos Augusto Albuquerque e representantes de produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Centro-Oeste.

Potencial - O governo mostrou que existe um potencial brasileiro de produção do trigo de 12,9 milhões de toneladas, mas a estimativa para a safra 2002 é de apenas 3,6 milhões de toneladas. Benedito Rosa afirmou que a meta do governo é alcançar 5,5 milhões de toneladas nos próximos quatro anos, ou seja, atingir 50% do consumo doméstico do produto.

Preço mínimo - Quanto ao preço mínimo, Benedito deixou as lideranças otimistas, pois a proposta que será encaminhada ao Conselho Monetário Nacional, no próximo dia 28, será equivalente ao custo operacional de produção. Conforme dados apresentados na reunião, pela Companhia Nacional de Abastecimento, o custo operacional de produção do trigo gira em torno de R$ 285 a tonelada. As lideranças do setor defenderam um preço mínimo de R$ 296,00. Na última safra, o preço mínimo em todo o país foi R$ 225 por tonelada. Segundo informações repassadas pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, os preços mínimos nas regiões tradicionais e nas demais (Centro-Oeste, São Paulo, Minas Gerais e Bahia) ficariam próximos dos R$ 296 propostos. A definição sobre o preço mínimo ainda depende da área econômica do governo. Técnicos da Agricultura e da Fazenda devem discutir os valores, que serão apreciados pelo Conselho Monetário Nacional no próximo dia 28.

Medidas - Para o presidente da Ocepar, um preço "próximo de R$ 296/tonelada" e outras medidas anunciadas, como apoio à comercialização, devem estimular o plantio. "A área no Paraná pode chegar a 1,1 milhão de hectares. Sentimos que há boa vontade por parte do governo em querer estimular a triticultura no Brasil", disse. Na safra passada, o Paraná plantou 845 mil hectares. Entre as principais medidas anunciadas em Brasília estão, a liberação de recursos pelo Banco do Brasil de R$ 250 milhões, Proagro para aqueles produtores que respeitarem o zoneamento agrícola, os recursos para Contrato de Opção de Venda, Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e AGF, deverão ser anunciados na primeira quinzena de março.

Proposta - João Paulo Koslovski, que nesta reunião também representou a OCB, sugeriu que o governo viesse adotar uma ação estratégica de médio prazo para triticultura no país. "É preciso que o produtor tenha uma sinalização da política governamental não só para essa safra, mas para no mínimo três safras", argumentou. Koslovski ainda enfatizou a necessidade de sementes para garantir estas três safras, conseqüentemente o produtor vai precisar de recursos para a semente, estabilidade de preço do grão através do Proagro e instrumentos de comercialização adequados.

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