TRIGO: CMN aprova medida que visa elevar crédito para trigo

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O governo decidiu estimular os bancos que operam com poupança rural a aumentar em aproximadamente R$ 1,2 bilhão o volume de recursos para o financiamento do custeio das culturas de inverno, principalmente trigo. Para os contratos assinados entre 1º de abril e 30 de junho, foi definido um fator de ponderação. Para cada real emprestado com taxa de juros de 6,75% ao ano, serão registrados R$ 3,461 para efeitos da exigibilidade de destinar 65% das captações da poupança rural ao crédito rural. Com o atual cenário de alta nos preços das commodities agrícolas e problemas no fornecimento de trigo pelos argentinos, o governo preocupa-se em aumentar a produção nacional e, portanto, reduzir pressões inflacionárias.

Aprovação - O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, informou que a decisão foi aprovada ontem pelos integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN) e as condições especiais limitam-se a 3,5% dos valores que cada instituição financeira tem de aplicar em crédito rural. Os bancos que mais operam com poupança rural são, segundo ele, Banco do Brasil, Bansicred e Bancoob.Bittencourt explicou que o fator de ponderação foi a opção para evitar a equalização de taxas de juros pelo Tesouro. Segundo ele, o fim da CPMF reduziu em cerca de R$ 3 bilhões, no primeiro trimestre, os depósitos à vista nos bancos. Isso ocorreu porque investimentos de curto prazo passaram a ser interessantes sem a tributação. Como há exigibilidade de os bancos destinarem 25% desses recursos ao crédito rural com taxa de 8,75% ao ano, o volume de recursos aos produtores rurais foi reduzido.

Estímulo - "Queremos estimular a produção de trigo e já tínhamos, há dez dias, elevado em 20% os preços mínimos e ampliado de R$ 300 mil para R$ 400 mil os limites para cada produtor", argumentou o secretário. Ele assegurou que, na média, os bancos terão remuneração de aproximadamente 10%. Isso porque, se cada R$ 1,00 terá taxa de 6,75%, os restantes R$ 2,641 serão vinculados à variação da Selic. (Valor Econômico)

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