TRANSPORTE: Fila de nove meses para compra de caminhões
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A Volvo, fabricante de caminhões de grande porte em Curitiba (PR), vai aumentar os investimentos no País para reduzir gargalos na produção que obrigam a empresa a manter filas de espera de até nove meses para alguns produtos. Este ano, o grupo encerra um programa de investimentos de US$ 110 milhões previsto para o período 2006 a 2008. No segundo semestre, a Volvo vai anunciar o investimento para o triênio seguinte e o valor "deve ser maior que o atual", diz o presidente Tommy Svensson, sem revelar números.
Demora - Se o mercado de automóveis tem fila de espera de mais de 100 dias para alguns modelos, para os compradores de caminhões a situação é ainda mais grave. A demora, que era de seis meses no ano passado, aumentou e não há solução no curto prazo. Investimentos em ampliação anunciados por várias montadoras levam vários meses para se efetivarem. Os segmentos em que a demanda é maior são os de transporte de grãos, minérios e produtos para a construção civil. Fabricantes de caminhões, contudo, descartam um desabastecimento de veículos, que poderia prejudicar o transporte da safra recorde prevista para este ano, ou de outros produtos.
Peças - A Volvo enfrenta desabastecimento de peças importadas para caixas de câmbio. Os componentes são fornecidos pela matriz sueca, que não dá conta da demanda mundial. Svensson acredita que as entregas só serão normalizadas a partir de 2009, quando os investimentos atuais estarão concluídos e novos aportes serão feitos. A matriz também vai ampliar a produção de peças para abastecer todas as filiais.
Recomendação - Na Volkswagen, caminhões para o transporte de grãos levam cinco meses para serem entregues. "Produzimos 200 a 300 unidades por mês da versão usada no agronegócio e temos pedidos de 1,3 mil", diz o presidente da empresa, Roberto Cortes. Também há espera de três a quatro meses para ônibus urbanos. Gilson Mansur, diretor da Mercedes-Benz, conta que a empresa está incentivando os clientes a programarem suas compras com antecedência de até um ano. Ainda assim, a média de espera por alguns modelos é de dois a quatro meses. Na Iveco, varia de dois a três meses e na Ford é de quatro meses. (O Estado de S. Paulo)