SUCROALCOOLEIRO: Produtores de cana e etanol defendem desonerações para estimular o setor
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Produtores de cana-de-açúcar e de álcool discutiram na sexta-feira (17/08), no Ministério da Agricultura, sobre a possibilidade de desonerações e estímulos para aumentar a oferta de etanol, de forma competitiva. Eles alegam que a produção atual não é suficiente para atender à demanda decorrente da fabricação, no país, de 3 milhões de veículos flex por ano.
Plano estratégico - O secretário de Produção e Agroenergia do ministério, Gerardo Fontelles, destacou, em reunião da Câmara Temática da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool, que o plano estratégico que está em discussão, no âmbito dos ministérios ligados à questão energética, "tem como um de seus objetivos o aumento da produtividade, com o conceito de melhorar a renda".
Alternativa - Uma das alternativas discutidas é o plantio de sorgo sacarino na entressafra da cana, entre outubro e março. Essa cultura pode render até 50 toneladas por hectare e é propícia em diversas regiões que enfrentam problemas climáticos, por ser mais resistente que a soja e o amendoim, que são as culturas mais usadas para alternar com o plantio da cana.
Biomassa - Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA, banco de atacado e investimentos, defendeu que o governo estimule a exploração da biomassa para fins energéticos, de acordo com a vocação de cada região. Segundo ele, a biomassa pode colaborar bastante para viabilizar a maior produção do etanol.
Açúcar - Os produtores do etanol, de acordo com Figliolino, "só conseguiram sobreviver até agora por causa do preço do açúcar, pois quem só faz etanol levou prejuízo na última safra". Ele defendeu a desoneração de investimentos nessa área, como é feito na produção de energia eólica, segundo Figliolino. "Há uma série de coisas que, somadas, vão botar a indústria no caminho do crescimento".
Saúde - Priorizar o etanol na matriz energética é, antes de tudo, uma questão de saúde, definiu o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, Paulo Sérgio Leal, que também participou da reunião. Segundo ele, o país importa, diariamente, 100 mil barris de gasolina e, em 2020, "esse percentual subiria assustadoramente". "A priorização do etanol na matriz energética é também uma questão de saúde, por ser um combustível limpo e renovável". Para Leal, há a necessidade de desonerar o setor. Segundo ele, a produção do álcool teve seu custo muito elevado nos últimos anos. (Agência Brasil)