SISTEMA OCB: Passo importante para resgatar a união
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Eleito no dia 26 de abril como um dos novos diretores da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Edivaldo Del Grande, considera que as mudanças implantadas no Sistema OCB, com a adoção do novo modelo de governança, representam uma decisão fundamental para o setor. “Creio que o novo modelo aproximará, ainda mais, a OCB das diferentes realidades cooperativistas do País. Ao mesmo tempo, sabendo lidar com as necessidades regionais, a OCB encontrará ambiente para integrar melhor as OCEs e, assim, discutir os grandes entraves do cooperativismo, como as injustiças tributárias, atualização da Lei Geral e a necessidade de regulamentações por ramo. Temos muitos problemas a resolver, e só vamos conseguir se estivermos unidos, com o mesmo espírito e ideal de quando foi criado o Sistema, no início dos anos 70. Creio que a OCB está dando um importante passo para resgatar a união”, afirmou.
No cooperativismo - Ele conta que há mais de 20 anos é cooperado e já foi presidente de uma cooperativa agropecuária sendo que, nos últimos nove anos, desde que foi convidado a integrar a diretoria da Ocesp, tem acompanhado mais de perto as questões do sistema cooperativista brasileiro. “Temos muito a ajustar e conquistar para as cooperativas, mas tenho percebido avanços contínuos nos serviços prestados pela OCB. Principalmente no relacionamento com os órgãos de governo e com os parlamentos. Outro ponto a destacar é o investimento em ações e análises específicas por ramo, mais notadamente no agro, crédito e saúde. Nos últimos tempos, também, as respostas às demandas das OCEs e das cooperativas estão mais rápidas. Um volume maior de informações tem chegado às OCEs”, ressaltou. Del Grande também destacou a importância do planejamento estratégico e, mais recentemente, do Congresso Brasileiro de Cooperativismo, com a participação democrática de todos os Estados. “Esses trabalhos, agora, norteiam as ações do Sistema e motivaram as mudanças de governança na OCB. Constitui-se, então, uma diretoria mais estratégica, com representante de cada região do País”, disse.
Desafios – Entre os desafios que o Sistema OCB têm pela frente, Del Grande destacou a importância das ações de divulgação do cooperativismo. “Somos apenas uma fatia de 5% da população, enquanto em grande parte dos países desenvolvidos mais de 50% da população está ligada às cooperativas. O nosso cooperativismo é jovem ainda, temos muito a avançar. Falta conhecimento sobre cooperativismo à população brasileira, sobre a importância e os benefícios do cooperativismo. Falta conhecimento até aos nossos cooperados. Portanto, avalio que o cooperativismo só avançará no País quando conseguirmos, por meio da comunicação e do marketing, principalmente, instruir e sensibilizar a nossa população, os nossos políticos e governantes. Creio que este seja o grande desafio”, frisou.
Intercooperação – Del Grande acredita ainda que as próprias cooperativas precisam promover maior aproximação entre si para se fortalecerem. “Ainda vejo nossas cooperativas muito distantes umas das outras. Não se conversam, não trocam experiências. E, paulatinamente, vão perdendo competitividade no mercado, enquanto até as grandes marcas mundiais nos mostram o caminho da união. O sexto princípio do cooperativismo também é um ponto crucial. Precisamos estimular a intercooperação. Nossas cooperativas precisam se unir em alianças estratégicas para diminuir custos, ganhar maior escala, melhorar a logística, obter maiores receitas e, assim, cumprir o mais importante objetivo de todos: melhorar a qualidade de vida dos cooperados”, ressaltou. “A OCB tem papel importante também nesses dois desafios. Pode e deve puxar a marcha para uma comunicação alinhada do cooperativismo e estimular os negócios entre cooperativas, com mais estudos de mercado e difusão das experiências bem-sucedidas”, completou.