SAFRA: Caminhões voltam a fazer filas no Porto de Paranaguá

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Em um intervalo de menos de 20 dias, caminhões carregados de grãos, voltaram ontem a formar extensa fila no acostamento da BR-277, sentido Curitiba-Litoral. Eles aguardam para descarregar no Porto de Paranaguá. Segundo informações da concessionária que administra a rodovia - a Ecovia -, a fila começou a se formar por volta das 8 horas da manhã, atingindo uma extensão de 20 quilômetros perto do meio-dia. No final da tarde, os caminhões ainda ocupavam cerca de 12 quilômetros da rodovia. Situação semelhante havia sido registrada na Quarta-Feira de Cinzas. Em nota oficial, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) alegou que as filas não são decorrentes de problemas de logística do terminal, mas sim da insistência dos operadores portuários em tentar mandar para o porto cargas que não estão previamente comercializadas. ''A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) conseguiu eliminar as filas de caminhões na BR 277, que eram sinônimo de atraso e de má administração. No entanto, os operadores portuários continuam chamando cargas de grãos sem serem nominadas, isto é, sem estarem previamente comercializadas e com um navio atracado para carregar'', argumenta a nota. Na última sexta-feira, a Appa baixou uma nova ordem de serviço, exigindo que o cadastro do caminhão (identificação da carga, nota fiscal, destino) seja preenchido pelo agente marítimo no sistema carga on-line (pela internet) antes mesmo do início de sua viagem ao porto. Ainda de acordo com a nota, a Appa informa que não abrirá mão da nominação das cargas. ''O não cumprimento da norma pode gerar a suspensão do operador portuário por até 180 dias úteis'', esclareceu.

Movimento - O movimento de caminhões na BR-277 está bem acima do normal. A estimativa da Ecovia era de que aproximadamente 5,5 mil caminhões transitassem pela rodovia até a noite de ontem. Esse fluxo é mais que o dobro de períodos normais. Por essa razão e por conta da fila no acostamento, a concessionária alerta os motoristas que redobrem a atenção ao se aproximarem do km-20, sentido Paranaguá. Ainda segundo a concessionária, no domingo e segunda-feira, houve ligeiro congestionamento de caminhões na entrada do pátio de triagem, mas a fila que se formou não chegou a três quilômetros. Ontem (13/03), membros da Comissão Mista para o Controle Social do Complexo Portuário - que reúne cerca de 40 entidades da sociedade civil organizada - decidiu criar dois grupos de trabalho para discutir infra-estrutura e a gestão dos portos paranaenses. A comissão é coordenada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) e segundo seu presidente, Álvaro José Cabrini Jr., a questão das filas de caminhões para o embarque de grãos estará na pauta de discussões. Para Cabrini, esse não é um problema que se resolve em curto prazo, já que a deficiência de infra-estrutura vem se acumulando nas últimas três décadas em que não houve investimentos nos portos brasileiros e na logística de transporte das safras agrícolas, como o modal ferroviário. ''Como dar conta de escoar uma safra recorde com a mesma infra-estrutura que se tinha há 25 anos?'', questionou. (Folha de Londrina)

 

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