ROBERTO REQUIÃO
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PMDB
Nascido em 05 de março de 1941, Requião é filho do médico e ex-prefeito de Curitiba, Wallace Thadeu de Mello foi deputado estadual de 1983 à 1985, prefeito de Curitiba de 1986 à 1989, secretário do Desenvolvimento Urbano do estado do Paraná de 1989 à 1990, governador do Paraná de 1991 à 1994 e, eleito senador da República em 1994. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e, em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Propostas para a agricultura - Último dos candidatos ao governo a falar, o senador Roberto Requião fez um histórico sobre a globalização, dando a sua versão sobre os prejuízos que esse processo teria trazido ao Brasil e ao Paraná. Na seqüência, ele expôs três propostas emergenciais que devem ser prioridades caso venha a ser eleito em 6 de outubro. A primeira delas é a criação de frentes de trabalho no interior do Estado, como forma de segurar a população em suas cidades. Requião mostrou um número que justifica a preocupação com a migração interna. Disse, que Goioerê, por exemplo, tinha 80 mil habitantes e hoje possui pouco mais de 20. Muitas dessas pessoas, segundo Requião, hoje estão vivendo nas favelas das grandes cidades. A segunda proposta diz respeito ao saneamento básico e saúde da população. "Vamos viabilizar uma quantidade mínima de água e energia para as famílias pobres", explicou Requião, afirmando que isso sai mais barato do que pagar atendimento médico às pessoas que ficam doentes por falta de saneamento básico. A terceira proposta é o Programa Emergencial do Leite, onde o governo iria estipular um preço mínimo ao produtor, além de distribuir um litro de leite por dia para cada criança de famílias pobres.
Saída na agricultura - A agricultura, segundo o candidato, é a saída para o País. Requião falou que não tem nada contra a tecnologia avançada empregada em outros sistemas produtivos, mas entende que é necessário investir na agricultura porque é uma atividade que responde rápido aos estímulos governamentais. Citou como exemplo os EUA, que investem maciçamente na cadeia de produção agrícola, chegando inclusive a prejudicar outros países por conta dos subsídios, que só no caso da "Farm Bill" passa de US$ 200 bilhões que serão aplicados em 10 anos.
Preço mínimo - Para combater a fragilidade de alguns pontos da agricultura paranaense, Roberto Requião tem como proposta a garantia de preços mínimos para produtos estratégicos. Entre os exemplos está o suíno, que enfrenta uma das mais graves crises de sua história, o leite e na introdução de culturas de diversificação. Parte dos recursos viriam do Fundo de Desenvolvimento do Estado. Os produtos que teriam preço mínimo garantido seriam definidos numa pauta conjunta com a participação do setor produtivo.
Seguro Safra e Panela Cheia - Requião lembrou que um dos pilares de sustentação da agricultura norte-americana é o seguro safra, recurso que também será instituído pelo seu governo. "Mas será um seguro para proteger o produtor, não o banqueiro", disse o candidato, que falou ainda do retorno do programa Panela Cheia, criado em seu governo. O Panela Cheia financiava a atividade agrícola em equivalência produto. O empréstimo do produtor era convertido em produto. Nesse contexto, Requião discutiu sobre o Pronaf, dizendo que é um ótimo programa, mas mal executado. No Paraná, por exemplo, disse que sobra dinheiro do Pronaf porque faltam projetos e aval.
Crédito Cooperativo - As cooperativas de crédito devem ser grandes parceiras do governo Requião. O candidato disse que vai trabalhar com o sistema de crédito cooperativo, dependendo da capacidade de resposta às necessidades do setor agropecuário. A idéia é incorporar o Fundo de Desenvolvimento do Estado a uma instituição financeira, que irá substituir as atribuições que antes tinha o Banestado na área de fomento à produção. Ele também falou da criação da Caixa Econômica Estadual.
Energia - Além de garantir energia às famílias carentes, Requião quer reduzir o preço da tarifa em torno de 40%. Ele explicou que o excedente de energia produzida no Paraná é vendido para São Paulo pela metade do preço cobrado dos consumidores paranaenses. Além disso, São Paulo ainda fica com o ICMS, que no caso da energia é tributado no consumo e não na origem. Requião disse que o consumidor do Paraná não pode pagar mais pela energia produzida aqui e que chega pela metade do preço em outro Estado.
Saúde - "O melhor hospital do interior é uma ambulância para Curitiba", disse Requião referindo-se ao sucateamento da saúde pública fora da capital. A proposta de governo do PMDB prevê o reforço dos hospitais regionais e a divisão da Secretaria de Saúde em "sub-secretarias", que iriam atuar mais próximas da população. Requião também prometeu implantar o Siate em regiões, que ele chamou de aglomerados, com mais de 30 mil pessoas.
Pedágio - Tratando o pedágio como um dos principais vilões do setor produtivo, Roberto Requião disse que vai reduzir as tarifas ou então anular os contratos. "As concessionárias cortam o mato, tapam buracos e limpam o asfalto. Mas cobram como se a estrada tivesse sido construída", condenou Requião. O mesmo ele prometeu fazer com a Ferroeste, que não estaria sendo usada e administrada conforme sua proposta de concepção.
Segurança - Além de fazer uma reforma na atual corporação, Requião pretende criar a Polícia Comunitária e instituir o Projeto Povo. As duas propostas tem como objetivo colocar a polícia mais próxima da população, atuando nos bairros e com o apoio dos moradores.