Recursos para custeio e comercialização da safra 2004/2005
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O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, informou ontem (24/01) que os recursos a serem disponibilizados para operações de crédito de custeio e comercialização da safra 2004/2005 devem superar a meta de R$ 28,750 bilhões prevista no Plano Agrícola e Pecuário. Esse aumento deve ocorrer em razão de um volume maior dos depósitos à vista dos bancos. As instituições financeiras estão obrigadas a aplicar 25% dos recursos captados em depósitos à vista em crédito rural. Em agosto de 2004, o saldo desses depósitos era de R$ 64,8 bilhões. A estimativa para janeiro deste ano é de que o saldo esteja em R$ 76,5 bilhões, o que deve justificar uma necessidade de aplicação de mais R$ 2,8 bilhões em crédito agrícola, segundo Wedekin.
Balanço - O secretário divulgou o balanço do crédito rural nos primeiros seis meses da safra 2004/2005. De acordo com os números, até dezembro de 2004, dos R$ 28,750 bilhões previstos para o custeio e comercialização da agricultura comercial, foram aplicados R$ 22,011 bilhões, o que representa 77% do total e um aumento de 29% em relação ao que foi aplicado no mesmo período da safra 2003/2004. “Há um aumento no custo de produção entre 3% e 15%, mas o capital de giro que o governo está disponibilizando representa um aumento de 29%”, afirmou Wedekin.
Menos investimentos - Se considerados os recursos para investimento, o crédito total para a agricultura comercial previsto no Plano Agrícola 2004/2005 chega a R$ 39,450 bilhões, dos quais R$ 26,739 bilhões já foram aplicados até dezembro de 2004. Esse volume representa 68% da programação e está 30% superior ao aplicado no mesmo período da safra 2003/2004, de R$ 20,529 bilhões. Com relação aos desembolsos para investimento, há um aumento de 39% no volume de recursos aplicados na safra 2004/2005 em relação ao período anterior. Até dezembro, R$ 4,728 bilhões dos R$ 10,7 bilhões previstos para investimentos, tinham sido emprestados. Apesar do crescimento em relação à safra passada, a previsão é de que a meta de R$ 10,7 bilhões não será atingida. “Por conta da queda dos preços agrícolas, os agricultores estão dando uma freada nos investimentos”.
Prioridade - Apesar disso, todos os programas de investimento apresentaram crescimento nas aplicações em relação à safra passada. De julho a dezembro de 2004, os recursos do Moderfrota alcançaram R$ 1,905 bilhão, 22% acima de igual período da safra anterior. O Moderagro já alcançou R$ 505 milhões, cerca de 50% acima dos R$ 337 milhões aplicados no período julho a dezembro de 2003. Wedekin destacou ainda que, do ponto de vista de crédito, há uma prioridade clara do governo com relação à agricultura familiar. De julho a dezembro de 2004, foram aplicados R$ 3,695 bilhões dos R$ 7 bilhões programados, o que representa um aumento de 21% em relação ao mesmo período da safra anterior.
Agricultura familiar - O secretário lembrou que na safra 2002/2003, os recursos programados para agricultura familiar totalizaram R$ 2,2 bilhões e previa o atendimento de 900 mil famílias. A meta desta safra, segundo ele, é atender 1,5 milhão de famílias. Com relação ao Plano Agrícola e Pecuário 2005/2006, Wedekin disse que a expectativa é de que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprove todo o plano em maio. O secretário disse que, até o momento, não há qualquer previsão sobre a oferta de crédito total ou para investimento na próxima safra. (Ass. Imprensa MAPA)