PSI II: Ministro diz a grupo de empresários que programa será prorrogado
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O orçamento do BNDES poderá atingir R$ 150 bilhões em 2011. A cifra foi mencionada por autoridades do governo na reunião de ontem do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), realizada no Ministério da Fazenda. Os empresários saíram com uma certeza: o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que deveria acabar no fim de março, será prorrogado. Resta definir a carteira desses investimentos e as novas taxas de juros, que ficarão acima da faixa atual, entre 5,5% e 8,5% ao ano.
Fundamental - "O PSI é fundamental para diversos setores da indústria, principalmente máquinas e equipamentos. Pequenas e médias empresas receberam, em 2010, R$ 45 bilhões em financiamentos do PSI", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga. "O ministro da Fazenda disse que não acaba." O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, também disse ter ouvido a mesma promessa.
Recursos - Lançado em julho de 2009, o PSI tinha cerca de R$ 134 bilhões para financiar a longo prazo, a juros menores. Para a Abimaq, o programa é importante para o setor de bens de capital, que, segundo Aubert, está "inundado" de importações. Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee), e Aguinaldo Diniz Filho, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), foram outros que deixaram a Fazenda afirmando que o PSI vai continuar.
Proposta - O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nesse, apresentou a proposta de desonerar a folha de pagamento, com redução da alíquota previdenciária de 20% para 14%, de forma paulatina. Para cobrir as perdas, seria criada uma nova CPMF.
Imposto - Braga disse ser contra a elevação do Imposto de Importação sobre alguns produtos. A sobretaxação, acenada pelo ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, é polêmica para a indústria. Segundo o presidente da CNI, vários setores, hoje, beneficiam-se de tarifas reduzidas na importação de componentes, por exemplo.
Desafios - A reunião foi aberta com um discurso de Mantega sobre os desafios à continuidade do crescimento. Aumentar o ritmo da exportações acima da expansão das importações é o foco principal, disse ele, enfatizando que medidas tomadas em 2010, como a criação do Eximbank BNDES, devem ser aceleradas.O segundo obstáculo é o fortalecimento do setor manufatureiro, para fugir ao risco de desindustrialização. O terceiro é a qualificação de mão de obra, vindo em seguida a redução do elevado custo do dinheiro e novas desonerações tributárias a setores produtivos escolhidos.
Custeio - Depois de repetir sua visão de que houve melhora fiscal ano passado, Mantega disse que, "agora, a agenda é de forte redução de gastos de custeio. Temos que fazer um esforço muito grande para impedir que novos gastos sejam gerados. Ao reduzir gastos de governo, abre-se espaço para desonerações ou para reduzir a taxa de juros." (Valor Econômico)