Protocolo de Cartagena pode elevar custos de transporte de alimentos
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O custo de transporte de commodities como soja e milho, entre outras, deverá crescer significativamente, dependendo de como for implementado o Protocolo de Biossegurança de Cartagena, primeiro acordo internacional para o controle transfronteiriço de organismos geneticamente modificados (OGMs). É o que mostra estudo da International Food & Agricultural Trade Policy Council (IPC), entidade americana favo-rável à liberalização comercial. A entidade calcula que o custo adicional para assegurar a exportação de produtos convencionais, não modificados geneticamente, pode chegar a aproximadamente US$ 100 mi-lhões por ano.
Proteção à biodiversidade -"É melhor o exportador brasileiro começar a se preparar logo, porque o pro-tocolo não é um bicho-de-sete-cabeças e vem para atender a reais preocupações de quem está importan-do", diz o economista Lucas Assunção, diretor de comércio e meio ambiente da Conferencia das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O Protocolo de Cartagena procura proteger a biodiversidade e o consumidor de riscos potenciais provocados pelo comércio de organismos genetica-mente modificados vivos (LMOs) produzidos a partir da moderna biotecnologia. Entrou em vigor em setembro de 2003 e até o fim do ano passado mais de 100 países o ratificaram - inclusive o Brasil. Não o fizeram, porém, outros quatro grandes exportadores agrícolas: EUA, Austrália, Canadá e Argentina. Os participantes do protocolo concordaram que qualquer carregamento de colheitas geneticamente modifica-das para uso direto como alimentos, ração animal ou processamento, deve fornecer informações à comu-nidade internacional, através de um sistema obrigatório global de rotulagem. A carga deve ser acompa-nhada por documentação informando que "pode conter" LMOs, além de um "ponto de contato" para mais informações, que pode ser o exportador, o importador ou o governo.(Jornal Valor).