PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO: Mapa prevê cenário promissor para o campo

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Já considerado uma potência do agronegócio, dono de expressivas participações nas exportações mundiais de açúcar e álcool, café, suco de laranja, soja e carnes, o Brasil tem pela frente a oportunidade de aproveitar a crescente demanda global por alimentos e biocombustíveis e ampliar a força que tem no setor. Projeções divulgadas ontem (09/01) pelo Ministério da Agricultura sinalizam crescimentos vultosos na produção e nas exportações dos atuais carros-chefes do campo nacional até o ano agrícola 2017/18. Entre os produtos pesquisados, o maior aumento de produção esperado é o do álcool, mas o cenário confirma expansão de praticamente todos os itens que já garantem uma elevada participação do agronegócio no PIB brasileiro.

Estudo - Preparado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, coordenada por José Garcia Gasques, o documento "Projeções do Agronegócio - mundial e Brasil - 2006/07 a 2017/18", o estudo levou em consideração cenários traçados por órgãos como FAO (braço da ONU para agricultura e alimentação), USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entre outras organizações multilaterais e centros de pesquisa brasileiros.


Tendências - Segmentos do agronegócio nacional, como as cadeias de carnes bovina e de frango, têm divergências quanto a alguns números apresentados, mas não questionam as tendências apontadas. No documento apresentado, a equipe de Gasques também ressalva que não se tratam de projeções estáticas e que os dados deverão sofrer revisões periódicas. É o terceiro trabalho do gênero produzido pela Assessoria de Gestão Estratégica do ministério, criada em 2006, e a série serve de base para o planejamento estratégico da Pasta.

Etanol - Para o etanol, realidade doméstica que tem boas perspectivas externas no longo prazo, o ministério projeta a produção brasileira em 41,6 bilhões de litros em 2018, mais que o dobro que o volume observado em 2007. O horizonte traçado mantém o consumo interno como principal âncora (30,3 bilhões de litros em 2018), mas aponta um importante reforço nas exportações do país (11,3 bilhões de litros). Para o açúcar, o cenário para o Brasil também é de aumento da produção (40%, para 43,2 milhões de toneladas) e das exportações (59,9%, para 31,3 milhões).


Grãos - Para os grãos, são igualmente promissoras as curvas de crescimento desenhadas para soja e milho, com influência marcante do projetado incremento da demanda internacional, mas também espera-se avanços para arroz e feijão, dois produtos marcadamente de mercado interno. Hoje o principal produto do agronegócio nacional, a soja deverá registrar altas de 30,7% na produção (para 75,3 milhões de toneladas no ciclo 2017/18) e de 22,7% nas exportações (para 38,9 milhões). Confirmada a estimativa, o Brasil se consolidará como principal exportador do mundo, com fatia de mais de 30% nos negócios mundiais.

 

Carnes e leite - Mas "intenso dinamismo" mesmo deverá ser observado no segmento de carnes e leite. Tanto produção quanto consumo interno e exportações deverão registrar franca expansão. Para o leite, por exemplo, o ministério prevê aumento de 24% na produção até 2017/18, para 33,1 bilhões de litros, e de 22,1% no consumo doméstico. Destacam-se, também, as previsões de que a produção de carne de frango superará a de carne bovina - o mesmo deverá acontecer nas exportações - e que o consumo doméstico da primeira crescerá mais que o da segunda.

 

Café - Para o café, finalmente, o céu não está tão azul. A produção deverá diminuir até 2017/18 (8% em relação a 2006/07, para 39,11 milhões de sacas de 60 quilos. Mas as exportações deverão crescer 9,8% e o consumo doméstico, 35,4%. (Valor Econômico)

 

Resumo - Confira abaixo um resumo das projeções:

 

Soja - As projeções para a soja até 2017/2018 mostram uma produção de 75,3 milhões de toneladas. O consumo de soja em grão deverá atingir 39 milhões de toneladas, representando 52% da produção. As exportações serão 40% superiores às exportações de 2006/2007.

 

           Milho - Em 2017/2018, a produção deverá situar-se em 64,1 milhões de toneladas para um consumo de 48,6 milhões. Esses resultados indicam que o País poderá atender seu quadro de suprimentos de modo a garantir o abastecimento do mercado interno e, ainda, obter excedente para exportação, previsto em 12 milhões de toneladas em 2017/18. Porém, há indícios de que as exportações de milho possam superar esse valor e situar-se entre 15 e 20 milhões de toneladas.

 

Trigo - O Brasil deverá apresentar uma produção crescente até 2017/18. O consumo interno poderá aumentar, em média, 1,63% ao ano, alcançando a cifra de 13,3 milhões de toneladas em 2017/18. Porém, o abastecimento interno exigirá importações de 8,7 milhões de toneladas em 2017/2018.

 

            Carne - A produção de carne de frango deve superar a de carne bovina por volta de 2012/2013. As projeções do consumo revelam, ainda, a preferência dos brasileiros pela carne de frango, com crescimento projetado para 3,3% ao ano, no período 2007/08 a 2017/18. A carne bovina aparece em segundo lugar no prognóstico de aumento do consumo. Quanto às exportações mundiais de carne de frango, em 2016, terão como os maiores exportadores, o Brasil, com 2,96 milhões de toneladas; os Estados Unidos, com 3,19 milhões de toneladas e a Tailândia com 497 mil toneladas. Nesse sentido, as taxas de crescimento das exportações brasileiras, obtidas para as carnes no período 2007/08 a 2017/18, são as seguintes: bovina, 6,18% ao ano; suína, 4,85% ao ano e de frango, 3,49% ao ano.

 

Etanol - Presente até na sucessão presidencial dos Estados Unidos, o etanol brasileiro ganhou status de celebridade em 2007 e deve integrar, nos próximos anos, a seleta lista de produtos líderes em exportação no País. A produção de etanol projetada para 2018 é de 41,6 bilhões de litros, mais que o dobro da produção de 2007. O consumo interno para o mesmo período está previsto em 30,3 bilhões de litros e as exportações em 11,3 bilhões. "Para as projeções de exportação do etanol dois fatores foram decisivos: a pressão dos biocombustíveis e os preços favoráveis no horizonte estudado", informou o coordenador do estudo, José Garcia Gasques.

Açúcar - O Brasil continuará ocupando a posição de produtor com maior competitividade, apresentando um aumento de 12,5 milhões de toneladas da produção nos próximos 10 anos, atingindo um montante de 43,2 milhões de toneladas em 2017/18. O estudo indica ainda que a liderança na ocupação de novas áreas deve ocorrer com a lavoura canavieira, cujo aumento esperado é de 66,6%. Em 2017/18, a área necessária para a produção de açúcar e álcool será de 10,3 milhões de hectares. Isso representa um acréscimo de 4 milhões de hectares em relação à área atual, de 6,2 milhões de hectares. "O importante é que essa expansão se dê em áreas de pastagens", ponderou o ministro Reinhold Stephanes, lembrando que o Brasil vai adotar regras para o plantio da cana, por meio do zoneamento partir do segundo semestre de 2008.

(Fonte: Mapa)

 

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