Preço do algodão sobe 9% em dez dias no país

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As cotações do algodão no mercado doméstico, que no último dia 3 atingiram o nível mais elevado em pelo menos seis anos, seguem em trajetória ascendente. A média de negócios alcançou ontem R$ 1,42 por libra-peso (CIF São Paulo, oito dias), com valorização de 8,9% em apenas dez dias, segundo o Cepea/Esalq. Em doze meses o aumento soma mais de 60%, segundo informação da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar. A previsão de escassez de produto na entressafra devido à queda na produção nacional e o avanço das exportações até agosto, que ganhou força com a alta dos preços futuros e a desvalorização do real frente ao dólar.

Mercado - Com a proximidade do fim da colheita, o parâmetro do mercado deixou de ser a exportação, e se dirige para o nível da importação, observam corretores. "Há regiões ainda colhendo, mas já sentimos hoje nos preços os efeitos previstos para a entressafra", diz Miguel Biegai Júnior, da consultoria Safras & Mercado. Ontem, a maior parte das ofertas de compra variou de R$ 1,39 a R$ 1,40 por libra-peso, enquanto o vendedor relutava em aceitar menos de R$ 1,42 a R$ 1,45, de acordo com a Safras. Já a paridade de importação situava-se ontem entre R$ 1,50 e R$ 1,55 por libra-peso. "Os valores estão sustentados não pelo mercado futuro, ainda bastante abaixo dos patamares históricos, mas ao câmbio", afirma Biegai.

Importações - Apesar disso, os contratos de importação ganham mais intensidade, afirmam os corretores. Na primeira semana de setembro, foram registrados na BM&F contratos envolvendo a importação de 12 mil toneladas de pluma, ante uma média de 3 mil a 4 mil toneladas nos últimos meses, afirma Biegai. Segundo dados do Cepea/Esalq, os contratos foram fechados por cerca de US$ 49 por libra-peso, e a maior parte envolve algodão de origem paraguaia. Os volumes poderiam ser ainda maiores não fosse a dificuldade de crédito à importação por parte de algumas companhias têxteis, conforme observa um corretor de São Paulo. A alta de preços, contudo, não garantirá expansão de área para a próxima safra. "O problema não está no mercado do algodão (cujos preços estão praticamente duas vezes os praticados um ano atrás), mas na concorrência com a soja", afirma Biegai. Em algumas áreas do país, o plantio do algodão começa em outubro.

Proalpar – Para o engenheiro agrônomo Flávio Turra, da gerência técnica da Ocepar, a cotação em alta mostra que o Proalpar (Programa de Apoio à Produção e Industrialização do Algodão no Paraná) está no caminho certo. A expectativa, disse Turra, é que em 6 anos o Paraná tenha uma produção e seja auto-suficiente na cultura do algodão. Nesse período, conforme previsão do Proalpar, o Estado estará plantando 110 mil hectares de algodão, para uma produção de 120 mil toneladas de pluma. (Fontes: Gazeta Mercantil e Ocepar)

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