População inglesa conhecerá beneficiários dos subsídios
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Por pressão da sociedade, nova lei inglesa, em vigor desde 1º de janeiro deste ano, permite obter-se in-formações sobre os beneficiários de ajudas financeiras para a produção agrícola. A Oxfam, entidade que defende o fim do protecionismo nos países ricos, já sabe que donos de grandes fortunas são os principais beneficiários desses subsídios. Apenas o duque de Westminster, homem mais rico da Inglaterra, recebe US$ 608 mil em subsídios para a plantação de cereais por ano. Há poucos meses, a ligação entre políticos europeus e os subsídios agrícolas se tornou polêmica. A nova comissária Agrícola da União Européia (UE), Marianne Boel, admitiu que a fazenda de seu marido se beneficiava de subsídios de cerca US$ 70 mil vindos de Bruxelas.
Benefícios especiais - O Parlamento Europeu chegou a se queixar da relação entre a comissária e os sub-sídios, mas Boel, de origem dinamarquesa, explicou que a fazenda nas proximidades de Copenhague, era administrada “apenas” por seu marido para a plantação e exportação de flores e frutas. Boel será a res-ponsável nos próximos cinco anos pela reforma do sistema de subsídios que, segundo o Brasil, prejudi-cam o desenvolvimento do setor rural nos países emergentes. Um estudo realizado no ano passado pela entidade Environment Working Group concluiu que 10% das fazendas norte-americanas receberam 72% dos subsídios entre 1995 e 2003. Esse período também teria sido o mais caro para os consumidores nos 70 anos de história dos programas de subsídios dos Estados Unidos, com gastos de US$ 131 bilhões.
Inglaterra - No caso da Inglaterra, que responde por US$ 6,4 bilhões em subsídios anuais entre os US$ 230 bilhões movimentados pelos países ricos, só agora o público começará a saber quem são os benefici-ados. Um estudo recente, também da Oxfam, aponta a má distribuição desses recursos. 27 fazendas de açúcar na Inglaterra recebem por ano US$ 387 mil cada. No setor de cereais 2% dos proprietários rece-bem 25% dos subsídios. (Agência Estado).