PLANO SAFRA: Linhas de crédito beneficiam pequenos agricultores
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Duas novas linhas de crédito para a safra 2008/09, que ainda serão lançadas pelo governo federal, irão beneficiar diretamente pequenos agricultores e ainda auxiliar na recuperação ambiental. As propostas seguem a atual política agrícola, mas são inéditas porque propõem a redução da taxa de juros, que deve ficar em 2% ao ano. Nos dois casos, o objetivo é contribuir para o aumento da produção de grãos e de bovinos, sem expandir o cultivo para regiões de preservação ambiental. Parte do Plano Agrícola e Pecuário foi anunciada na sexta-feira (27/06) pelo ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, que esteve em Londrina para participar da solenidade de comemoração dos 36 anos do Instituto Agronômico do Paraná.
Lançamento em Curitiba - O plano, em sua íntegra, será lançado na quarta-feira em Curitiba pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Stephanes, o financiamento para pequenos agricultores deve contribuir para o aumento de 5% a 6% na produção de grãos, o que trará um incremento de 150 milhões de toneladas já para a próxima safra. ''(A taxa de 2% ao ano) É negativa, convidativa para capitalização'', afirmou. Já o programa de recuperação de pastagens e áreas degradadas prevê uma melhor utilização de locais onde já existe a produção pecuária. A meta é aumentar, por exemplo, a área ocupada de bovinos de 0,6 cabeça por hectare para 1 ou 1,5 cabeça por hectare. Os detalhes de cada linha de crédito ainda estão sendo definidas pelo Ministério da Fazenda.
Preservação - ''A intenção do governo é impedir o desmatamento da Amazônia ou de áreas de preservação. Queremos aproveitar melhor as áreas que já estão disponíveis e que têm baixa produtividade'', disse Stephanes. Na sua avaliação, os planos Agrícola e Pecuário e de renegociação da dívida agrícola são estímulos aos produtores rurais para que aumentem o plantio. ''Já temos registrado recordes de produção e tudo indica que vamos bater mais um nesta safra'', salientou. Ele lembrou, no entanto, que os preços das commodities estão mais baixos do que os praticados na safra anterior, mas que isso se deve à baixa cotação do dólar, e que houve aumento nos custos dos insumos, o que encarece a produção.
Alta dos alimentos - ''De qualquer forma os preços continuam estimulantes. A política agrícola nacional está em consolidação e na visão do governo vai levar os produtores a investir mais na produção'', disse o ministro. Na sua avaliação, o Brasil não está contribuindo para a alta dos preços dos alimentos por dois motivos: auto-suficiência da produção agrícola e de energia limpa. ''A pressão dos custos e a inflação estão chegando a todos os Países. (Os preços) Petróleo e outras matérias-primas estão subindo porque aumentou a demanda mundial, o que significa que a capacidade de oferta está menor do que o aumento do consumo e isto está pressionando os preços para cima'', comentou. Além de uma produção maior, ele ainda lembrou que estão aumentando as exportações de sementes produzidas no Brasil. ''Tudo indica que os preços (dos alimentos) vão continuar em patamares altos. Talvez tenhamos leve redução nos preços do trigo e do arroz porque os estoques mundiais estão em leve recomposição'', afirmou. Este pequeno aumento, segundo ele, deve levar a uma estabilidade ou a um recuo tímido dos preços. ''É claro que uma queda de preços demora mais para chegar ao consumidor. As oscilações chegam mais rápido aos produtores'', disse. (Folha de Londrina)