Plano plurianual quer fortalecer triticultura nacional
Diluição de riscos - De acordo com Mafioletti, o plano é interessante para todos os produtores, inclusive para as cooperativas, principalmente no sentido de diluição dos riscos e também de ter uma opção de cultivo com rentabilidade no inverno. Além disso, com o aumento da área cultivada e a maior produção, haverá um número maior de propriedades envolvidas na triticultura, tendo assim diluídos (reduzidos) os seus custos fixo e aumentando a competitividade, aproveitando a estrutura da safra de verão, a mão-de-obra, as benfeitorias, máquinas e implementos. O plano também nas descarta a possibilidade de o País passar da condição de importador para a de exportador.
Protocolo de intenções - Para ser levado a efeito, o Plano Plurianual depende da realização de esforços conjuntos dos integrantes da cadeia produtiva, no sentido de viabilizar o plantio. Nesse sentido, explicou Mafioletti, é preciso estabelecer algumas garantias, como disposição de crédito para custeio e comercialização; acesso a novas variedades; seguro de produção; e conscientização dos moinhos, que devem dar preferência ao trigo nacional. O plano deve ser viabilizado com a assinatura de um protocolo de intenções entre os agentes do sistema produtivo, em especial o Ministério da Agricultura e Banco do Brasil.
Contratos futuros - Além do Plano Plurianual, durante a reunião de ontem também foram discutidos problemas referentes aos contratos futuros firmados entre produtores e cooperativas com moinhos para a atual safra. A orientação é para que eles sejam cumpridos, com negociações possíveis caso a caso entre as partes. Sugere-se que as negociações sejam realizadas dentro do bom senso, buscando soluções que contemplem as perdas que eventualmente ocorreram em função da seca, geada e granizo. Alguns contratos possuem cláusulas que prevêem a possibilidade de rever os volumes a serem entregues em casos especiais de perdas. Finalmente, é importante observar que os contratos futuros são importantes instrumentos de viabilização da comercialização da safra, para vários produtos, e sua credibilidade deve ser preservada.
Conjuntura - Na mesma ocasião, técnicos do Ministério da Agricultura e Conab fizeram uma apresentação sobre a conjuntura do mercado nacional e internacional, com a quebra na produção em vários países, inclusive no Brasil, por causa de secas e geadas. Calcula-se que as perdas no Paraná cheguem 400 mil toneladas, caindo de 2,2 milhões para 1,8 milhão de toneladas. O Estado é maior produtor do País, sendo responsável por 60% da produção nacional. Essa quebra teve como conseqüência direta a elevação do preço do produto, que já está sendo cotado a R$ 450,00 a tonelada, bem acima dos R$ 285,00 fixados como preço mínimo.