OCEPAR ACREDITA NA MANUTENÇÃO DA TEC PARA TRIGO

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O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, acredita que o governo manterá a Tarifa Externa Comum (TEC) do trigo, atualmente de 11,5%, para a compra de países fora do Mercosul. "Não teria sentido o governo, num primeiro momento, incentivar o plantio do trigo e, agora que a maior parte das lavouras está plantada, facilitar a importação do trigo com origem em países que adotam políticas claras de protecionismo. A TEC é uma forma de proteger a produção interna justamente dos países que têm custos mais altos mas que, através de subsídios, colocam o produto no mercado internacional a menor custo", frisou Koslovski, ao avaliar as declarações do ministro Pratini de Moraes, da Agricultura, favorável à manutenção da TEC. A Ocepar acredita numa expansão da produção de trigo, entre as cooperativas do Paraná, de 15%. As cooperativas são responsáveis por mais de 90% do trigo produzido no Estado.

Carta aos ministros - Ontem, ao tomar conhecimento do pedido das indústrias do setor para que o governo retirasse a TEC, a Ocepar encaminhou correspondência às autoridades federais defendendo a sua manutenção. O próprio presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes dos Santos, foi mobilizado para defender o interesse das cooperativas produtoras de trigo. A correspondência da Ocepar justifica ao ministro Pratini de Moraes que o fim da TEC "não tornará o trigo norte-americano e canadense competitivo com o trigo argentino devido às condições macroeconômicas dos Estados Unidos e Canadá, que oferecem juros baixos e prazos longos na exportação. A ausência da TEC não reduzirá o preço internacional e nacional do trigo, que atualmente é de US$ 140,00/tonelada na Argentina e, após internalizando nas regiões consumidoras do Brasil, chega a US$ 165,00/tonelada".

Desestruturação da produção - Ainda segundo a Ocepar, a TEC permitirá aos moinhos importarem volumes que supririam a demanda até dezembro, comprometendo a comercialização do trigo nacional, com isso "obrigando o Governo a intervir no mercado através do lançamento de contratos de opção de venda, PEP e EGF, onerando ainda mais os gastos públicos". O efeito seria um grande desgaste ao governo num momento que os produtores atenderam ao apelo para aumentar a produção, visando a segurança alimentar pela redução da dependência externa e a economia de divisas, pois o trigo é responsável pelo terceiro maior gasto da balança comercial brasileira. "A TEC é necessária para a proteção da triticultura brasileira", justifica o documento.

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