O AGRONEGÓCIO, NOVAMENTE, MOSTRA SUPERÁVIT
- Artigos em destaque na home: Nenhum
A balança comercial do agronegócio registrou superávit de US$ 2,09 bilhões em julho, informou o Ministério da Agricultura. As exportações alcançaram US$ 2,54 bilhões no mês, 44% acima de junho e 15,9% mais que no mesmo mês de 2001, enquanto as importações foram de US$ 443,6 milhões - com altas de 31,5% e 8,3%, respectivamente. De agosto de 2001 a julho último, as exportações do agronegócio atingiram US$ 22,7 bilhões, com superávit de US$ 18,2 bilhões - aumento de 7,4% sobre o intervalo anterior também de 12 meses. Em julho, destacou-se o complexo soja, com embarques de US$ 802,2 milhões.
Equilibrando a balança - Não fosse a participação do agronegócio, o saldo da balança comercial brasileira, de julho de 2001 a julho de 2001, seria negativo em US$ 12,5 bilhões, de acordo com a "Balança Comercial do Agronegócio", publicada pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, disponível na Internet (www.agricultura.gov.br). Nesse período de 12 meses as exportações globais brasileiras somaram US$ 54,347 bilhões, contra a importação de US$ 49,022, com saldo favorável de US$ 5,325 bilhões. Os produtos que não integram o agronegócio renderam US$ 32,034 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 44,561. Por sua vez, as importações de produtos do agronegócio somaram apenas US$ 4,461 bilhões, contra US$ 22,313 nas exportações, o que permite um saldo favorável de US$ 17,852 nesse setor.
A análise das informações do Ministério da Agricultura mostra, também, uma redução de US$ 3,513 bilhões no valor das exportações globais do Brasil entre julho de 2001 a julho de 2002 em relação ao período de julho de 2000 e julho de 2001. O agronegócio, no entanto, apresentou uma pequena variação positiva nas exportações nesse mesmo período, com expansão de US$ 135 milhões. As importações, no entanto, caíram US$ 1,105 milhões, considerando-se o período de julho de 2000 a julho de 2001 e julho de 2001 e julho de 2002.
Máquinas agrícolas -Enquanto o setor automotivo enfrenta dificuldades para vender, tendo obrigado o governo a baixar os impostos para aliviar a crise do setor, a indústria de máquinas agrícolas respira aliviada, pois está passando por um período muito bom, como pós Plano Real. No mês de julho, por exemplo, vendeu 5.128 unidades, só perdendo para setembro de 1994. O desempenho das vendas no mercado interno (4.088) também foi o maior desde março de 1995. O programa de financiamento para a modernização da frota agrícola, o Moderfrota, é reconhecido como responsável, pelo menos em parte, por esse crescimento nas vendas. Naturalmente, não fosse o bom desempenho do agronegócio, que vem permitindo agregar valor ano a ano ao setor, não haveria crescimento nas vendas, reconhece o gerente Técnico e Econômico da Ocepar, Nelson Costa.
Aumento de 12% nas vendas - A Anfavea prevê um mercado de pelo menos 40 mil máquinas agrícolas este ano, o que representará aumento de 12,6% na comparação com as vendas de 2001. Essa marca fará o setor voltar praticamente ao quadro da década de 80. Os anos 70 foram o melhor momento para a indústria de máquinas agrícolas, com a média anual de vendas de 50 mil unidades. Na década de 80, a média ficou em 46 mil unidades e na seguinte baixou para 24,5 mil.
Há dois anos, produção e venda de máquinas começaram a refletir o estímulo ao financiamento, com taxas de juros de 8,75% e 10,75% ao ano, previstas no Moderfrota. Assim, o crescimento previsto para este ano será sobre uma base já elevada, de 35,5 mil máquinas, em 2001. Ao contrário dos fabricantes de automóveis, as montadoras de tratores e colheitadeiras nem sabem o que são férias coletivas. Ao contrário, os trabalhadores têm trabalhado horas a mais para dar conta das encomendas. (Fonte: Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, Ocepar e Jornal Valor).