NEGÓCIOS ANTECIPADOS NO ALGODÃO

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A valorização do dólar em relação ao real e alta dos preços internacionais estão estimulando o fechamento de negócios com algodão, onde cerca de 50 mil toneladas da safra 2002/03, que ainda vai ser plantada, já foram negociadas no exterior pelos produtores, sobretudo os do Centro-Oeste. Segundo o consultor Hugo Nieri, "os produtores estão aproveitando a valorização do dólar frente ao real e a recuperação dos preços do algodão no mercado internacional". Com as indústrias têxteis praticamente abastecidas, os produtores não têm muita opção de negociação, diz Nieri. "Os agricultores, no momento, têm aproveitado a oportunidade de negócios", diz. No acumulado do ano, os preços internacionais do algodão registram alta de 20%, desde o início de junho. No mercado interno, porém, os preços só começaram a subir no final de junho e acumulam valorização de 4,5% no mês.

Embarques - Nos primeiros seis meses do ano, o volume de exportação atingiu quase 70 mil toneladas (das quais 55 mil foram registradas na Bolsa de Mercadorias & Futuros), 170% acima das 25,92 mil toneladas embarcadas no primeiro semestre de 2001, registradas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A expectativa do setor é de que as exportações fiquem em 150 mil toneladas de algodão este ano, praticamente o mesmo volume embarcado no ano passado, de 147,3 mil toneladas da fibra. Ao contrário do ano passado, cujos volumes exportados representavam excedente de oferta, os embarques deste ano ocorrem mesmo com uma ameaça de desabastecimento do mercado interno por causa das vendas antecipadas. Adilton Sachet, vice-presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Algodão (Abrapa), acredita que mesmo com a recuperação dos preços internacionais do algodão não vai incentivar os produtores a aumentarem a área plantada da pluma.

Redução da produção - No ano passado os baixos preços do algodão no mercado internacional levaram os agricultores a reduziram o plantio em quase 15%, ou para 746,4 mil hectares. A produção, estimada no mês de maio em 800 mil toneladas - queda de 14% sobre a safra anterior - pode ser revista para baixo. O Mato Grosso, principal produtor do País, deve registrar uma queda entre 20% e 30%, em razão dos problemas climáticos na região, diz Sachet. Com o avanço das exportações, as indústrias têxteis deverão até o final do ano ter de importar algodão. O déficit de produção está estimado em 120 mil toneladas, segundo analistas de mercado. O governo brasileiro também está buscando forma de estimular a exportação do produto. Para isso, a Agência de Promoção de Exportações (Apex) e a FMC organizaram a visita de tradings da Ásia e da Europa ao Centro-Oeste para conhecerem o produto brasileiro. (Fonte: Gazeta Mercantil)

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